O Senado aprovou nesta terça-feira (1º), com 43 votos favoráveis, 14 contrários e uma abstenção, a indicação do ex-ministro Antônio Patriota para a representação permanente do Brasil na Organização das Nações Unidas ONU). Ele deixou o cargo de ministro das Relações Exteriores no fim de agosto devido à crise diplomática instalada após o senador boliviano Roger Pinto Molina, oposicionista do governo Evo Morales, fugir da embaixada brasileira em La Paz, após um ano de refúgio.
Patriota foi indicado para o cargo pela presidenta Dilma Rousseff. No lugar de Patriota no MRE, entrou Alberto Figueiredo, ex-embaixador do país na ONU. O episódio que motivou a sua saída do chanceler começou quando o senador boliviano deixou a embaixada brasileira acompanhado do encarregado de negócios Eduardo Sabóia e dois fuzileiros navais. Após 22 horas de viagem de carro entre a capital da Bolívia e Campo Grande (MS), Roger Pinto foi de avião até Brasília, onde está desde a madrugada de ontem. O caso gerou uma investigação no Itamaraty.
Uma das principais figuras da oposição ao governo do presidente boliviano, Evo Morales, Roger Pinto Molina vivia na condição de asilado na embaixada brasileira na Bolívia desde 8 de junho de 2012, alegando perseguição política. O governo boliviano sempre contestou o argumento, atribuindo o ato à tentativa do senador de deixar de responder na Justiça a crimes de danos econômicos causados ao Estado, estimados em US$ 1,7 milhão.
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