Dez anos depois de começar a tramitar no Congresso Nacional, um acordo firmado pelo Brasil com a China para agilizar processos de extradição foi aprovado hoje (15) pelo plenário do Senado. A aprovação aconteceu um dia antes da Casa receber a visita do presidente chines Xi Jinping, que está no Brasil para a reunião de cúpula dos países formadores do acrônimo Brics: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
O principal ponto do acordo é permitir que a Organização Internacional de Polícia (Interpol) possa fazer o pedido de prisão preventiva para extradição e acionar as vias diplomáticas para dar prosseguimento aos trâmites burocráticos. Isso deve acelerar o processo de extradição e torná-lo mais eficiente.
O acordo não prevê mudanças significativas em questões já consagradas no direito internacional. Dessa forma, fica proibida a extradição de cidadãos natos do país que está sendo requisitado, ou quando a pena a ser aplicada for conflitante com os princípios de direito do país que fará a extradição. Por exemplo, o Brasil não fará extradições de pessoas que forem condenadas à pena de morte na China.
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Também será negada a extradição se o país requisitado entender que ela é motivada por perseguição religiosa, de sexo, cor ou raça ou ligada a outros tipos de violações de direitos humanos. Se a pessoa não tiver condições de viajar por motivos de saúde ou idade, a extradição também poderá ser negada sob alegação de respeito a critérios humanitários. O acordo já foi aprovado pela Câmara e seguirá para promulgação.
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