O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) negou em nota ter participação no protesto de hoje (17), ocorrido em Paraupebas (PA), contra a Companhia Vale do Rio Doce.
O MST atribuiu o ato ao Movimento dos Trabalhadores na Mineração (MTM), que exige a retomada de parte da área explorada pela mineradora.
Os sem-terra sustentam, no entanto, o repúdio à Companhia Vale do Rio Doce e suas “ações criminosas e danos sociais”. Diz também apoiar o protesto em que 800 pessoas obstruíram, com pedaços de madeira, a estrada de ferro Carajás da companhia.
Um vagão de trem não conseguiu parar diante do obstáculo. Cerca de 20 manifestantes foram atingidos por pedaços de madeira que faziam parte da barreira.
Em nota, a Companhia Vale do Rio Doce acusa as lideranças do MST de organizar o protesto. Diz ainda que integrantes do movimento seqüestraram um ônibus da empresa e fizeram um maquinista refém.
A empresa afirma que não vai calar diante das ameaças do MST nem da falta de responsabilidade dos governantes. Por sua vez, o MST diz que vai continuar a luta contra “o latifúndio, a monocultura para exportação e as empresas transnacionais”, e que o país não precisa de uma “empresa privada que só está preocupada com o futuro do país nos comerciais de TV”.
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O protesto de hoje teve um sentido simbólico para os manifestantes. Há 12 anos aconteceu o massacre de Eldorado dos Carajás, quando a Polícia Militar do Pará assassinou 19 sem-terras em Carajás, oeste do estado, durante protesto contra a demora em desapropriação de terras. (Sofia Fernandes)
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