O presidente Lula disse, durante entrevista coletiva Alemanha, onde participa de encontro do G8, que não aceita “pressão” sobre a Polícia Federal e o Ministério Público durante suas investigações contra esquemas de corrupção. O presidente dos Democratas, deputado Rodrigo Maia (RJ), criticou as declarações do petista.
“O que não falta no Brasil é gente para fiscalizar. Ainda assim acontece [corrupção]. Não temos o que fazer a não ser colocar a Polícia Federal em tudo o que for necessário. Isso vale para mim e vale para você”, afirmou Lula. O presidente defendeu os policiais e procuradores. “Nem aceito pressão para diminuir processo de investigação da Polícia Federal, nem aceito pressão para diminuir, até porque é autônomo, a investigação do Ministério Público”, continuou.
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Lula afirmou ter pedido aos policiais e procuradores que fossem “prudentes” para não condenarem inocentes e absolverem culpados. Ele admitiu que as investigações causam constrangimentos às pessoas envolvidas. O próprio irmão do presidente, Genival da Silva, o Vavá, foi indiciado numa operação da PF, a Xeque-mate.
“Dói? Dói. As pessoas que aparecem sofrem? Sofrem. Mas um dia vai para julgamento e vai aparecer quem é culpado e quem é inocente”, disse o presidente, pouco antes de bater na mesa com as duas mãos para encerrar seu raciocínio e levantar da mesa.
O presidente dos Democratas criticou as opiniões de Lula. Rodrigo Maia disse ao Congresso em Foco que as declarações do petista “não são compatíveis com as práticas do governo no Congresso”. Ele citou o fato de diversos governistas tentarem barrar a instalação da CPI da Navalha, fruto de Operação da PF com o mesmo nome.
Quanto à ação do Executivo, Maia também se mostrou insatisfeito. “Acho que o governo poderia, de fato, melhorar seus controles para evitar casos como o mensalão”, disse ele. “A cada mês uma nova denúncia atinge em cheio o Executivo”, afirmou o ex-pefelista. (Eduardo Militão)
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O acordo firmado pelos líderes do G8 prevê cortes substanciais na emissão de gases relacionados ao efeito estufa e garante um pacto ambiental pós-Kyoto para 2009.
Em entrevista à imprensa ao final de um encontro com os outros quatro governantes do G5 de países emergentes (México, China, Índia e África do Sul), Lula reforçou a necessidade de se firmarem compromissos efetivos antes do vencimento do protocolo de Kyoto em 2012 e em termos mais curtos, antes de 2050.
"Porque o que acontece com estes prazos longos é que ninguém faz nada até então, e assim chegaremos a 2049", afirmou Lula, de acordo com a agência France Presse. "É preciso ter num horizonte menor alguns compromissos que nos permitam em 10 ou 15 anos ter mecanismos de proteção maior contra a contaminação do planeta", acrescentou.
A chanceler alemã, Angela Merkel, anunciou que os países do G8 concordaram em considerar a meta de um corte de 50% nas emissões desses gases poluentes até 2050. O grupo, no entanto, não se comprometeu a estabelecer metas específicas. (Edson Sardinha)
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