Rudolfo Lago
De cabelos curtos, mais escuros, com uma leve franjinha. Depois de passar meses usando peruca, no período em que se submetia a sessões de quimioterapia para combater um câncer linfático, a ministra da Casa Civil e candidata do PT à sucessão do presidente Lula em 2010, Dilma Roussef, mostrou seus próprios cabelos nesta segunda-feira (21) durante a cerimônia de entrega do Prêmio Direitos Humanos 2009. “Um visual muito moderno”, elogiou o vice-presidente José Alencar, que também luta contra um câncer (no intestino). “Eu também já passei por isso. Eu também perdi o cabelo, mas agora está nascendo”, disse Alencar.
Durante a cerimônia, Dilma emocionou-se. Uma amiga dela dos tempos de combate à ditadura militar, Inês Etienne Romeu, foi uma das agraciadas com o prêmio. Inês foi presa pela ditadura em 1971, e depois transferida para o Rio de Janeiro, onde foi torturada. Em 1977, depois de anistiada, ela denunciou a tortura que sofrera e o desaparecimento de outras pessoas durante o regime militar.“É sempre doloroso lembrar de todos que foram para a cadeia e de todos que foram de uma forma de outra barbaramente torturados. Muitas vezes tiraram dessa pessoas a dignidade e muitas vezes a vida”, disse Dilma.
Na cerimônia, Lula foi o primeiro a chamar a atenção para o novo visual de Dilma. “Vocês não perceberam que a Dilma está de cabelo novo. É o cabelo normal dela, que voltou a se apresentar em público. Acho que foi uma homenagem a Inês, porque eu estou pedindo pra Dilma tirar peruca já faz um mês e ela não tirava”.
O câncer linfático de Dilma tornou-se público em abril. Por conta da quimioterapia, em maio ela já se viu obrigada a usar peruca. Em setembro, a ministra informou que seus médicos já diagnosticavam que ela estava curada do câncer. Mas Dilma continuou usando a peruca. Segundo ela disse, porque ainda não achava que o cabelo estava comprido o suficiente.
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