O deputado André Vargas (PT-SP) continua no cargo de 1º vice-presidente da Câmara dos Deputados, apesar de o líder do PT, deputado Vicentinho (SP) ter lido aos jornalistas na última quarta-feira uma carta em que Vargas renuncia ao cargo.
A Secretaria-Geral da Mesa Diretora não recebeu nenhum pedido oficial de renúncia e, portanto, a carta não tem validade.
A assessoria da 1ª vice-presidência disse ter conhecimento de que o pedido de renúncia não foi efetivado, mas não quis comentar sobre o assunto. Eles confirmaram, no entanto, que Vargas pode voltar à Câmara depois da semana santa. A Câmara também não recebeu nenhum pedido de cancelamento da licença de 60 dias solicitada por ele no dia 7 de abril.
O líder do PT não foi encontrado para comentar o assunto.
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Nesta segunda-feira, o presidente do Conselho de Ética de Decoro Parlamentar, deputado Ricardo Izar (PSD-SP), anunciou que vai acompanhar o relator do processo, deputado Júlio Delgado (PSB-MG), em reunião com a Polícia Federal nesta terça-feira (15), às 11 horas, para pedir acesso às informações do processo que investiga o envolvimento do deputado André Vargas com o doleiro Alberto Youssef.
Vargas já responde a um processo no Conselho de Ética pelas denúncias de envolvimento com Youssef. Além da viagem de jatinho paga pelo doleiro a Vargas, há denúncias de que o deputado intermediou interesses de Yousseff em contratos com o Ministério da Saúde.
PublicidadeVeja a carta do deputado lida pelo líder do PT na última quarta:
“Renuncio à vice-presidência da Câmara
Em virtude da decisão tomada hoje pelo Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, pela instauração de procedimento de apuração de denúncias apresentadas contra mim, decidi apresentar minha renúncia à vice-presidência desta Casa.
Tomo esta decisão para que possa me concentrar em minha defesa perante o Conselho e para não prejudicar o andamento dos trabalhos da Mesa Diretora, e também de preservar a imagem da Câmara, do meu partido e de meus colegas deputados.
Tenho enfrentado um intenso bombardeio de denúncias e ilações lançadas em veículos de imprensa baseadas apenas em vazamentos ilegais de informações, as quais terei agora a oportunidade de esclarecer, apresentando minha versão – a verdade – a respeito de tudo que vem sendo divulgado.
Enfrentarei tranquilamente este processo na certeza de que provarei, ao final, que não cometi nenhum ato ilícito. Sigo com muito orgulho de minha história política e minha luta, ao lado de tantos companheiros, em defesa do povo paranaense e pela construção de um Brasil melhor.
Brasília, 9 de abril de 2014.
André Vargas”