Na edição de hoje de seu programa semanal de rádio, o presidente Lula fez uma avaliação dos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro. "Valeu a pena gastar o dinheiro que tinha que gastar, aplicar o que tinha que aplicar", constatou.
Lula anunciou que 75% do aparato que foi montado para garantir a segurança dos jogos será entregue para utilização do governo carioca. O presidente também comemorou a redução da criminalidade no estado durante a realização dos jogos.
"É importante que a gente veja também a organização, a segurança, a participação dos agentes comunitários, a participação da comunidade, eu acho que o pessoal teve mais tranqüilidade, houve menos assalto, houve menos roubo no Rio de Janeiro e o que é importante é que os atletas todos que vieram de 42 países da América, mais de 5,6 mil atletas, ou seja, eles puderam participar num Pan-Americano em que as condições que estavam colocadas eram iguais ou melhores a qualquer Olimpíada que os atletas já participaram".
Lula ainda festejou o sucesso da delegação brasileira nos jogos. O país ficou em terceiro lugar no ranking de premiação, com 54 medalhas de ouro, 40 de prata e 67 de bronze. "O que nós vimos nesses Jogos Pan-Americanos é o Brasil com a sua maior delegação, é o Brasil ganhando o maior número de medalhas, mas, sobretudo, são os atletas brasileiros acreditando que a partir desses jogos Pan-Americanos é possível a gente evoluir muito no financiamento dos atletas, ou seja, no profissionalismo dos nossos atletas, no patrocínio dos nossos atletas, em fazer novos eventos internacionais no Brasil e está tudo pronto para isso". (Carol Ferrare)
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Leia abaixo a íntegra do Café com o Presidente
Apresentador: Olá, você, em todo o Brasil. Eu sou Luiz Fara Monteiro e começa o programa de rádio do presidente Lula. Tudo bem, presidente?
Presidente: Tudo bem, Luiz.
Apresentador: Presidente, os Jogos Pan- Americanos Rio 2007 chegaram ao final e o Brasil ficou muito bem colocado. Que balanço dá para fazer desse evento, presidente?
Presidente: Luiz, eu acredito que nós poderemos fazer um balanço sobre várias coisas que aconteceram no Pan. A primeira coisa, eu acho que foi a instalação dos centros esportivos feitos no Pan. Ou seja, valeu a pena gastar o dinheiro que tinha que gastar, valeu a pena aplicar o que tinha que aplicar, fazer parceria com o governo do estado, com a prefeitura municipal para que a gente pudesse mostrar ao mundo a capacidade que o Brasil tem de realizar uns jogos dessa magnitude. Ou seja, no fundo, no fundo, isso credencia o Brasil para sediar a Copa do Mundo e credencia o Brasil para disputar uma olimpíada no Brasil. Agora é importante que a gente veja também a organização, a segurança, a participação dos agentes comunitários, a participação da comunidade, eu acho que o pessoal teve mais tranqüilidade, houve menos assalto, houve menos roubo no Rio de Janeiro e o que é importante é que os atletas todos que vieram de 42 países da América, mais de 5,6 mil atletas, ou seja, eles puderam participar num Pan-Americano em que as condições que estavam colocadas eram iguais ou melhores a qualquer Olimpíada que os atletas já participaram. Além disso, eu penso que o Brasil está dando um passo importante. Veja, o Brasil está longe ainda de ser uma potência olímpica, até porque durante muitas décadas o esporte não foi levado muito a sério como política de Estado. Desde a participação do ministro Agnelo, depois do ministro Orlando, ou seja, nós tomamos decisões de fazer com que o Brasil caminhe rapidamente para se transformar numa potência olímpica. E o que nós vimos nesses Jogos Pan-Americanos é o Brasil com a sua maior delegação, é o Brasil ganhando o maior número de medalhas, mas, sobretudo, são os atletas brasileiros acreditando que a partir desses jogos Pan-Americanos é possível a gente evoluir muito no financiamento dos atletas, ou seja, no profissionalismo dos nossos atletas, no patrocínio dos nossos atletas, em fazer novos eventos internacionais no Brasil e está tudo pronto para isso, sobretudo, temos muito know how depois do que nós aprendemos com o Pan. Eu queria, Luiz, dizer que eu fico muito feliz como cidadão, como brasileiro e como presidente da República, de ver que nós ganhamos 54 medalhas de ouro, 40 de prata e 67 de bronze e fiquei feliz porque ouvi de muita gente que veio do exterior, inclusive muitos atletas, a frase, ou melhor, a afirmação de que o que o Brasil conseguiu fazer para os Jogos Pan-Americanos é melhor do que muitas Olimpíadas de que eles já participaram. Por isso eu queria parabenizar os organizadores, parabenizar o ministro Orlando, que teve um trabalho e uma dedicação incomensuráveis, queria cumprimentar os atletas, os que ganharam bronze, os que ganharam prata, os que ganharam ouro, sabe, e os que ganharam experiência, porque nessa lógica o que vale mesmo é vestir a camisa brasileira e correr lá. Não ganhou, mas valeu o esforço e eu penso que é preciso se preparar para ganhar a próxima.
Apresentador: Você está ouvindo o Café com o Presidente, hoje falamos sobre a realização dos Jogos Pan-Americanos Rio 2007.
Presidente, o governo federal investiu aí mais de R$ 560 milhões em segurança. A população, que viveu dias mais tranqüilos durante os jogos, quer saber: esse aparato de segurança vai continuar na cidade?
Presidente: A idéia é que de tudo que foi montado no âmbito da segurança pública no Rio de Janeiro, a começar pela inteligência, a começar pelos aviões, a começar pelos carros, ou seja, 75% disso tudo vai ficar no Rio de Janeiro. O que é mais importante é que vai ficar uma experiência acumulada de um trabalho conjunto entre a Polícia Federal, a polícia do Rio de Janeiro, a comunidade que participou ativamente, afinal de contas foram quase 10,5 mil jovens que participaram, sabe, mais de 116 comunidades participaram. Eu penso que tudo isso vai ficar no Rio de Janeiro. Eu acho que se a gente for olhar o que aconteceu no Pan, a gente poderia dizer que o Rio de Janeiro já ganhou a medalha de ouro pela organização, pela tranqüilidade com que se deu o Pan, e o Rio de Janeiro vai ganhar agora a segunda medalha de ouro que é ficando, sabe, com quase com todo aparato das coisas que foram montadas para que o Pan pudesse ser realizado.
Apresentador: As instalações físicas também vão continuar sendo utilizadas e não caindo aí no desuso, na má conservação?
Presidente: Essa foi uma pergunta que eu fiz ao Nuzman [Carlos Arthur Nuzman, presidente do Comitê Olímpico Brasileiro] e depois eu fiz ao ministro Orlando. Ou seja, é preciso criar as condições para que aquilo seja bem administrado e, sobretudo, para que aquilo seja bem utilizado, porque uma praça esportiva ela só é boa quando as pessoas utilizam, quando ela serve para atender aos interesses não apenas dos atletas profissionais, daqueles que disputam medalhas, mas, sobretudo, como fazer para a comunidade utilizar aquilo de segunda a domingo ou de domingo a domingo. Ou seja, pra isso é que vale a pena você fazer investimento.
Apresentador: Obrigado, presidente, e até a semana que vem.
Presidente: Obrigado a você, Luiz, e até a próxima semana.
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Lula recebe jogadores do Fluminense
O presidente Lula recebeu hoje (30) os jogadores de futebol do Fluminense. O encontro, que ocorreu no Palácio do Planalto, foi um pedido do ministro das Cidades, Márcio Fortes, que é tricolor. Segundo Roberto Horcades, presidente do clube, Lula falou sobre sua preocupação com a venda de jogadores brasileiros muito jovens para os clubes estrangeiros.
"O presidente tem uma grande preocupação com a saída precoce de jogadores do país. Nós temos que buscar um mecanismo. Antigamente, os jogadores tinham orgulho de jogar em clubes. Hoje, o jogador usa o clube para poder sair do país, trampolim para o exterior", afirmou Horcades à Agência Brasil.
Lula recebeu dos jogadores do Fluminense uma camiseta do clube de número 13 com seu nome. (Rodolfo Torres)
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