O secretário de Assuntos Institucionais do PT, Romênio Pereira, divulgou nota hoje (23) anunciando afastamento de 60 dias do posto para se defender dos indícios de participação em desvios do Orçamento. A suspeita veio a público hoje, em matéria exclusiva da edição desta semana da revista IstoÉ.
Romênio se afastou da Executiva Nacional do PT “na expectativa de as investigações se concluam rapidamente e demonstrem a absoluta falta de procedência das acusações". Na nota, o secretário petista nega o envolvimento com “qualquer esquema de desvio de recursos públicos". "A matéria pinça informações de uma investigação sigilosa para produzir ilações que em nenhum momento se sustentam", diz o acusado.
Segundo a reportagem, Romênio estaria envolvido em uma “ação criminosa” que reúne deputados federais, servidores públicos, lobistas e prefeitos, que agiriam em negociatas para se beneficiar de emendas parlamentares à Lei de Diretrizes Orçamentárias.
Leia também
“É uma espécie de nova máfia do Orçamento, à semelhança do caso que há 15 anos resultou em acusações contra 15 parlamentares. Desses, seis foram cassados e quatro renunciaram. Detalhe: na antiga denúncia, apontou- se um desvio de R$ 101 milhões”, diz trecho da matéria, que informa ainda que o esquema mobilizava 23 construtoras e 119 prefeituras distribuídas pelos estados do Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Tocantins.
O suposto esquema criminoso já está sob investigação do procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, que apresentará ao Supremo Tribunal Federal, no mês que vem, o resultado do trabalho – que teria mais de dez mil páginas, 20 volumes e 80 gigas de memórias em arquivo eletrônico.
De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), a suposta quadrilha já teria desviado mais de R$ 700 milhões dos cofres públicos. Segundo o MPF, está constatado que a quadrilha desviou recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) por meio de informações privilegiadas obtidas no alto escalão de alguns ministérios. (Da Redação)