Ademirson Ariosvaldo da Silva, secretário particular do ministro da Fazenda, Antonio Palocci, negou, em seu depoimento à CPI dos Bingos, que saiba de qualquer tipo de pagamento de propina à prefeitura de Ribeirão Preto (SP) na época em que o ministro era o prefeito do município. Ademirson disse não ter conhecimento do suposto esquema de arrecadação de recursos junto a empresários, feito pela Prefeitura, para a formação do caixa dois do PT, que, de acordo com denúncias, teria sito utilizado em campanhas eleitorais do partido, inclusive na que elegeu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Ademirson está sendo ouvido há cerca de 90 minutos pela CPI, por causa da suspeita de que intermediava ligações telefônicas do ministro com pessoas envolvidas em denúncias de superfaturamento de obras e serviços em Ribeirão Preto. De acordo com a comissão, Ademirson falou 1.434 vezes, no período de 26 de abril de 2003 a agosto de 2005, com o advogado Vladimir Poleto, ex-assessor de Palocci na prefeitura daquela cidade do interior paulista. O secretário particular do ministro Antonio Palocci disse que as 568 ligações de Ralf Barquete, ex-secretário de Finanças de Palocci na prefeitura de Ribeirão Preto, para ele e as 273 dele para Barquete, no período de 2002 a 2004, foram para tratar de assuntos pessoais.
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A quebra do sigilo de Ademirson mostrou ainda, segundo a CPI, que, de 7 a 13 de julho deste ano, o deputado José Dirceu (PT-SP) fez sete ligações para o número do secretário particular de Palocci, tendo recebido dele duas ligações. O maior problema decorrente disso é que o advogado Rogério Buratti, ex-assessor de Palocci na prefeitura de Ribeirão Preto, disse à CPI que o telefone celular usado por Ademirson é também usado por Palocci.
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