Em parecer emitido nesta sexta-feira (4), a secretaria-geral da mesa diretora da Câmara rejeitou pedido formulado pelo Psol para apuração de suspeitas envolvendo o vice-presidente da Casa, deputado André Vargas (PT-PR). O petista teria usado avião emprestado do doleiro Alberto Youssef e intermediado a negociação de um laboratório com o Ministério da Saúde.
Em ofício encaminhado ontem ao presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), o líder do Psol, Ivan Valente (SP), pediu detalhada apuração “em nome da transparência e da imagem pública do Parlamento”.
“O autor do ofício limitou-se a mencionar, de forma vaga, a existência de ‘fato recente com grande repercussão’ e de ‘ilações sobre vantagens indevidas e intermediação de interesses’. Não descreveu, ainda que de forma sucinta, quais fatos, vantagens e intermediações seriam esses. Assim, não observou os requisitos para formulação de requerimento de representação”, consta do parecer assinado por Mozart Vianna, secretário-geral da mesa. Ele citou ainda que seria necessária a indicação, pelo Psol, de “provas de autoria e materialidade de conduta incompatível ou atentatória do decoro”.
Para que o pedido do Psol seja arquivado, caberá a Henrique Alves avalizar o parecer. O partido queria que a mesa diretora encaminhasse o caso à corregedoria da Casa para abertura de representação contra Vargas por quebra de decoro.
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Alves deve decidir na próxima segunda-feira (7).
Preso na operação Lava-Jato, da Polícia Federal (PF), Youssef teria pedido ajuda a Vargas numa sondagem sobre eventuais contratos do laboratório Química Fina e Biotecnologia (Labogen) com o governo federal. A operação apura esquema de lavagem de dinheiro que teria movimentado R$ 10 bilhões em operações suspeitas.
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