A falta de chuvas nas principais regiões produtoras do país fez a safra agrícola de 2005 cair 5,2% em relação à de 2004 e 8,8% na comparação com a produção nacional de 2003, a maior de todos os tempos. A produção no ano passado foi de 112,6 milhões de toneladas, contra 124,2 milhões de toneladas de 2003.
Os produtos que mais sentiram os efeitos da seca foram o milho (-6,6 milhões de toneladas) e o trigo (-1,1 milhão de toneladas). As informações estão na publicação sobre a produção agrícola municipal 2005 divulgada hoje (30) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de acordo com a Agência Brasil.
O estudo revela que, embora a área plantada no país em 2005 tenha aumentado em aproximadamente 736 mil hectares, em função da expansão da soja (8,5%), houve redução na área plantada do milho (-4,7%), trigo (-15,9%) e do feijão (-8,3%).
Segundo o levantamento, além das condições climáticas desfavoráveis, os agricultores enfrentaram dificuldades para renegociar dívidas, escoar a produção, conseguir créditos e melhores preços. O valor da produção em 2005, de R$ 48,2 bilhões também foi menor em relação a 2004. A queda foi de 24%.
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Para o coordenador de agropecuária do instituto, Flávio Pinto Bolliger, no ano passado, os preços dos produtos agrícolas também estavam muito baixos, especialmente da soja, que representa quase metade da safra de grãos do país.
"Os preços de boa parte dos grãos produzidos no país foram bem baixos, o que fez cair o valor da produção em 2005 e isto se deve principalmente à falta de infra-estrutura, como aa dificuldades para armazenar os produtos e os custos altos do transporte", acrescentou.
No ano passado o maior produtor de soja do país foi o município Sorriso (MT); de milho, Lucas do Rio Verde (MT); trigo, Assis Chateaubriand (PR); feijão, Cristalina (GO); arroz, Santa Vitória do Palmar (RS); algodão herbáceo, São Desidério (BA); mamona, Lapão (BA); e sorgo, Rio Verde (GO).
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