O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), ignorou as últimas denúncias contra a administração da Casa durante entrevista coletiva hoje (18) pela manhã. O senador falou com os jornalistas, após a assinatura de um protocolo de intenções para contratar uma auditoria administrativa da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Além da devassa na gestão do Senado, Sarney prometeu reduzir em pelo menos 50% o número de cargos de chefia no Senado, que atualmente acumula 136 diretores. Ontem (leia mais), o presidente da Casa pediu que os diretores colocassem seus cargos à disposição.
"Precisamos sair de discussões menores. Não podemos permitir que tenhamos essas denúncias e que o Senado seja injustiçado", disse Sarney ao ser questionado sobre a falta de transparência com os gastos individuais dos senadores. Como mostrou o Congresso em Foco na última segunda-feira (16), a filha do presidente do Senado e líder do governo no Congresso pagou com sua cota do Senado passagens aéreas para sete pessoas de São Luís até Brasília (leia mais).
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Sarney também não quis falar de casos específicos como este revelado pelo site e prometeu divulgar informações sobre os gastos com o senadores. "Não vou comentar casos administrativos. As falhas nos vamos corrigir. O diretor-geral está autorizado a fornecê-las", afirmou Sarney.
Durante o seu discurso na cerimônia de celebração da auditoria da FVG, o presidente do Senado pediu a ajuda dos senadores para resolver os problemas admistrativos da Casa. "Vamos ter problemas políticos. Problemas sérios para enfrentar", prevê Sarney.
Ainda não há um contrato para auditoria anunciada com a FGV. Segundo o diretor responsável pelo trabalho na FGV, Bianor Cavalcanti, a avaliação dos custos e dos do trabalho e dos principais problemas do Senado devem durar "no máximo seis meses". "Não existe cheque em branco, nós vamos fazer um trabalho de avaliação usando nossas competências", disse Cavalcanti ao responder sobre os custos da operação de auditoria. (Lúcio Lambranho)