Mário Coelho
O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), negou nesta segunda-feira (18) que participe da administração da Fundação José Sarney. Com sede no Maranhão, foi criada “no molde das bibliotecas presidenciais americanas, centro de estudos e pesquisas políticas e sociais”, de acordo com o site da instituição, para preservar a memória do peemedebista. Em nota oficial para responder matéria publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo de hoje, Sarney diz ser apenas o presidente de honra da instituição.
Segundo a reportagem do jornal, auditoria da Controladoria-Geral da União (CGU) nas contas da Fundação José Sarney apontou para uma cadeia de fraudes na execução de um projeto de R$ 1,3 milhão patrocinado pela Petrobrás. A investigação do órgão do governo federal acusa a entidade de uso de notas frias e calçadas (divergência de valores), empresas fantasmas e de fachada, contratações irregulares, ausência de comprovação de serviços, entre outras irregularidades, para um projeto cultural que nunca saiu do papel.
Os recursos seriam destinados à preservação do acervo e à modernização dos espaços físicos da entidade, em São Luís. Porém, de acordo com o jornal, a CGU apurou, por exemplo, que R$ 129 mil da Petrobrás foram desviados para custear despesas da fundação, como energia, impostos e refeições. “Gastos que não estavam previstos no plano de trabalho”, informa o relatório da auditoria.
De acordo com a nota assinada pela Secretaria de Imprensa do Senado, Sarney nunca teve participação na administração da fundação, sendo apenas seu presidente de honra. “O senador espera que a diretoria da instituição dê os esclarecimentos necessários sobre o projeto de patrocínio em foco, e, caso seja procedente qualquer acusação, que os responsáveis sejam punidos na forma da lei”, diz a nota.
O texto afirma que a participação de Sarney na fundação resume-se ao fato de ter doado um acervo pessoal de 50 mil livros, sendo algumas raridades, manuscritos de grandes autores nacionais e estrangeiros, 400 mil documentos históricos, arquivo audiovisual de 1.500 horas, cerca de 4 mil objetos de arte e os presentes que recebeu quando presidente da República, na intenção de preservar a memória nacional.
Leia a íntegra da nota:
Nota à Imprensa
O senador José Sarney, instituidor da Fundação que leva seu nome e que pertence ao povo brasileiro, doou a ela um acervo pessoal de 50 mil livros, sendo algumas raridades, manuscritos de grandes autores nacionais e estrangeiros, 400 mil documentos históricos, arquivo audiovisual de 1.500 horas, cerca de 4 mil objetos de arte e os presentes que recebeu quando presidente da República, na intenção de preservar a memória nacional. Nunca teve participação na administração da Fundação, sendo apenas seu presidente de honra. O senador espera que a diretoria da instituição dê os esclarecimentos necessários sobre o projeto de patrocínio em foco, e, caso seja procedente qualquer acusação, que os responsáveis sejam punidos na forma da lei.
Secretaria de Imprensa da Presidência do Senado
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