O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), afastou do cargo o diretor geral da Casa, Agaciel Maia. Ele fez o anúncio na manhã desta terça-feira (3), logo após uma entrevista em que o servidor informava que iria colocar seu posto à disposição.
Pressionado a explicar a suposta omissão de bens à Receita Federal, Agaciel disse que não aceitaria um afastamento temporário até as investigações serem concluídas.
“Se estão querendo que eu me afaste temporariamente para se investigar, acho que ir além é dizer: ‘Não quero me afastar temporariamente, quero me afastar em definitivo’. Porque assim se pode fazer uma investigação ampla e irrestrita.”
Agaciel afirmou que não queria ser “a bola da vez” a desgastar a imagem do Senado. “Eu não vou ser empecilho para que haja uma desagregação política nesta Casa. Se alguém tem que ser dado em sacrifício para que se acalmem os ânimos, eu estou disposto a esse sacrifício”, disse.
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Sarney elogiou a eficiência de Agaciel e lamentou o ponto a que chegaram as denúncias contra o servidor. “Reconheço que, para a imagem do Senado, nenhum de nós tem o direito de prejudicá-la”, informou o presidente da Casa. O senador disse que conversou com o servidor e entendeu que um afastamento provisório manteria a crise sobre o Senado.
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Sarney falou em aceitar um “pedido de demissão” de Agaciel, mas o funcionário deixará apenas a função e contiuará na Casa.
Isso porque Agaciel trabalha no Senado desde 1970 como servidor efetivo, embora não tenha passado por um concurso público. Em 1995, Sarney o nomeou diretor geral da Casa. O posto de Agaciel será ocupado por Alexandre Gazzineo, atual diretor-adjunto da instituição. (Eduardo Militão)
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Atualizada às 12h39