O ex-ministro da Saúde e deputado federal Saraiva Felipe (PMDB-MG) disse que entregou hoje à CPI dos Sanguessugas uma manifestação sobre as acusações que o empresário dono da Planam, Luiz Antônio Vedoin fez no depoimento prestado à Justiça Federal em Mato Grosso. O parlamentar não entrou em detalhes sobre o que constava na manifestação.
“O que eu entreguei é apenas uma manifestação e não uma defesa porque não estou sendo acusado de nada. Meu nome só entra de raspão, uma citação secundária”, disse o parlamentar. O deputado está entre o 57 parlamentares que foram notificados pela CPI.
No depoimento do empresário Luiz Antônio Vedoin, o deputado José Divino (PRB-RJ) e o senador Ney Suassuna (PMDB-PB), citados na primeira lista de suspeitos de envolvimento com a máfia das ambulâncias, encaminharam ofícios ao ministério recomendando a nomeação da ex-assessora do Ministério da Saúde Maria da Penha para o cargo. Segundo o empresário, Saraiva Felipe foi receptivo à idéia. A nomeação de Maria da Penha foi feita dentro da “cota” do ministro.
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O deputado afirmou que Maria da Penha foi indicada pelo ex-líder do PMDB, deputado Wilson Santiago (PB) e chancelada pelo coordenador da bancada, então do PMDB, deputado José Divino, hoje do PRB do Rio de Janeiro. “Ela (Maria da Penha) era uma pessoa conhecida na área de saúde pública, já tinha ocupado colegiados de secretários de saúde, eu não sabia e ninguém da equipe sabia do envolvimento dela (com a máfia das ambulâncias). Foi uma surpresa”, disse Saraiva Felipe
Comissão vai investigar Executivo
O relator da CPI dos Sanguessugas, senador Amir Lando (PMDB-RO), disse hoje que será criada uma sub-relatoria para investigar a participação do executivo em fraudes envolvendo a compra de ambulâncias. O relator informou que os trabalhos da sub-relatoria terão início imediato e prosseguirão até depois das eleições. O nome do responsável pela sub-relatoria ainda não foi anunciado. Segundo Amir Lando, os resultados obtidos por esse ramo de investigação não integrarão o relatório parcial da CPI, serão incorporados apenas no documento final da comissão.
Sobre a criação da sub-relatoria que vai investigar o Executivo, Saraiva Felipe deu a entender que, na opinião dele, não é necessário uma vez que a CPI já tem informações “suficientes” da Controladoria-Geral da União, do Ministério Público e da Polícia Federal para investigar a eventual participação de funcionários do Executivo com o esquema. “Não me nego a prestar esclarecimentos à CPI se for convidado”, disse, no entanto, o deputado.