O ex-ministro da Saúde Saraiva Felipe (PMDB) negou hoje (8) envolvimento com a máfia das ambulâncias. Em depoimento que durou cerca de duas horas à CPI dos Sanguessugas, ele afirmou que o esquema foi montado “de fora para dentro”, sem a participação do ministério.
O peemedebista afirmou que as suspeitas contra ele surgiram somente por ele ser governista e ocupar um cargo no governo. Ele negou qualquer contato com a família Vedoin e disse que nunca foi acionado por nenhum parlamentar para uma audiência com os donos da Planam. “Nunca conversei com o pai, nem com o filho, nem com o Espírito Santo”, ironizou.
O ex-ministro comentou a nomeação de Maria da Penha Lino, que foi assessora do gabinete ministerial durante a sua gestão. Ele disse que a indicação partiu do deputado José Divino (Sem Partido – RJ) , que por duas vezes solicitou ao deputado Wilson Santiago ( PMDB-PB) que fizesse a intermediação junto ao ex-ministro. “Ela não foi nomeada para a diretoria, como deveria ter sido. E eu nem soube onde ele foi lotada”, afirmou.
Saraiva lembrou ter ficado oito meses no governo, entre junho de 2005 e março de 2006. Por isso, segundo ele, teve pouca liberdade para interferir na liberação do Orçamento. “Não foi liberado nada em que ela tocou a mão”, declarou. O ex-ministro disse que foi avisado pela Controladoria Geral da União sobre a investigação do esquema antes dele vir à tona. Saraiva disse que teria perguntado se poderia fazer alguma coisa para coibir a fraude. De acordo com o peemedebista, ele foi orientado a não fazer nada, sob risco de atrapalhar as investigações. (Diego Moraes)
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