A rede que cerca a "máfia dos sanguessugas" pode ser maior do que a identificada até agora pela Polícia Federal. A Controladoria Geral da União (CGU), órgão ligado à Presidência da República, descobriu que outras empresas, além da Planam, também vendiam ambulâncias a preços superfaturados para prefeituras.
O ministro da CGU, Jorge Hage, revelou hoje que há indícios de que o esquema se repetia também com empresas da Região Sul do país. A Planan está instalada em Mato Grosso. "É o mesmo modus operandi da quadrilha da Planan. Em alguns casos as ambulâncias foram vendidas pelo dobro do preço", disse o ministro.
Hage contou ainda que os editais eram direcionados para que as mesmas empresas ganhassem as concorrências. "Tudo para resultar no pagamento de sobrepreço, de onde saia o dinheiro para o pagamento da propina", complementou.
As informações já foram encaminhadas à PF, que já teria realizado escutas telefônicas comprovando que o esquema é maior do que o descoberto até agora. A CGU decidiu passar "um pente fino", nas palavras do ministro, em todos os contratos das prefeituras supostamente envolvidas com a "máfia dos sanguessugas" e que já foram investigadas pelo órgão para avaliar se há mais dados sobre o esquema.
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"Nós encaminhamos tudo para a PF para que as denúncias sejam incluídas no inquérito e tenham a ação criminal necessária", afirmou o ministro. Segundo ele, os prefeitos e políticos envolvidos podem ser punidos com a perda do mandato e dos direitos políticos.