Matéria publicada neste sábado pelo jornal Folha de S. Paulo informa que a substituição do ministro da Fazenda, Antonio Palocci, pode ser anunciada nesta segunda-feira. Segundo a reportagem, assinada por Kennedy Alencar, o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Guido Mantega, é o nome mais cotado para sucedê-lo.
Também estariam no páreo, no entanto, os ministros Paulo Bernardo (Planejamento) e Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento), além do líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP), e do atual secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Murilo Portugal.
A saída de Palocci do cargo teria se tornado inevitável, conforme a Folha, depois que a Polícia Federal "colheu indícios" da participação da assessoria do ministro no vazamento dos dados bancários do caseiro Francenildo dos Santos Costa. De acordo com o jornal, em encontro na noite da última quinta-feira com o presidente Lula, Palocci reconheceu "que perdeu ‘as condições políticas’, segundo suas próprias palavras, de permanecer na Fazenda".
As edições deste fim de semana das revistas Veja e Carta Capital envolvem o assessor de imprensa de Palocci, o jornalista Marcelo Netto, no vazamento dos extratos bancários de Francenildo, cujo sigilo foi quebrado indevidamente pela Caixa Econômica Federal.
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Nos últimos dias, diversos parlamentares davam como certo que a equipe de Palocci vazou os dados para a revista Época – mostrando depósitos no valor de R$ 25 mil na conta de poupança de Francenildo entre janeiro e fevereiro deste ano – com o objetivo de colocar sob suspeita o depoimento do caseiro.
Francenildo havia dito ao jornal Estado de S. Paulo que viu várias vezes o ministro da Fazenda na mansão usada por ex-assessores de Palocci, no Lago Sul, em Brasília, para promover festas com garotas de programa e articular lobbies. Na CPI dos Bingos, em depoimento suspenso por determinação do Supremo Tribunal Federal, o caseiro afirmou que também viu o ministro participar da partilha de dinheiro. Palocci sempre negou que tivesse ido à mansão.
A estratégia de desqualificar o caseiro revelou-se duplamente desastrosa. Primeiro, porque Francenildo tinha uma boa explicação: os depósitos, contou ele, foram feitos por seu pai biológico, o empresário Eurípedes Soares da Silva, dono de uma empresa de ônibus em Teresina, que confirmou o fato. Em segundo lugar, o episódio recolocou o governo Lula na berlinda, agora sob a acusação de desrespeitar os direitos individuais ao quebrar ilegalmente o sigilo de um trabalhador humilde.
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