O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, já combinou com a presidente Dilma Rousseff sua saída do governo, mas permanecerá no posto até que a presidente encontre um substituto e o cenário político fique mais claro. O Palácio do Planalto propôs a Levy uma transição discreta, de modo a garantir a tranquilidade dos mercados. As informações são do Valor Econômico.
De acordo com o jornal, uma fonte oficial declarou que, diante do quadro atual de crise política com ameaça de impeachment, o governo deverá optar por um política fiscal mais tímida. Segundo o Valor, a saída de Levy tem como principal motivação o fato de ele ter decidido não permanecer no cargo se não fosse confirmada a meta de 0,7% de superávit primário para 2016.
No governo, ninguém anunciou na terça-feira (15) a meta de superávit primário para 2016. Mas, conforme notícia dada por parlamentares no Congresso ela ficará no intervalo de zero a 0,5% do PIB. . O Planalto também evitou comentar as declarações de Levy sobre a redução da meta fiscal para o ano que vem.
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“Acho [a redução] inconveniente. Acho um equívoco essa mistura da meta com o Bolsa Família; obviamente não fica de pé. A meta é a meta, e o Bolsa Família é o Bolsa Família”, disse o ministro da Fazenda. E completou: “Acho que ninguém vai querer se esconder atrás do Bolsa Família para não tomar as medidas necessárias para o Brasil ir no rumo correto, de preservação de empregos e estabilidade e tranquilidade para as famílias”, afirmou Levy, também segundo o Valor.
Desprestigiado por Dilma, Levy teve em menos de um ano de governo várias derrotas. A mais séria delas foi na apresentação da proposta de orçamento para 2016 com déficit, no final de agosto. Derrotado nas discussões internas pelos ministros Aloizio Mercadante (então chefe da Casa Civil, hoje ministro da Educação) e Nelson Barbosa (Planejamento), ele alertou que o anúncio de um orçamento deficitário poderia levar o país a ser rebaixado pelas agências de classificação de risco. Voto vencido, viu dias depois sua previsão se confirmar.
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