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Para o Planalto, é importante que a situação da Câmara – presidida temporariamente por Waldir Maranhão (PP-MA) – seja resolvida o quanto antes. “A renúncia é ótima para o governo. Não dá para a Câmara ficar parada deste jeito, com um presidente interino que deixa uma semana toda sem votar nada. Há algum tempo teria sido mais fácil viabilizar este tipo de acordo. Mas deixa ele (Cunha) tentar, vamos ver no que dá”, disse um auxiliar do Planalto.
Rogério Rosso é visto como alternativa pelo governo. Além de atender à demanda de Cunha, o deputado, que presidiu a comissão do impeachment da Câmara, dialoga bem com a velha oposição (PSDB, DEM, PPS e PSB). Porém, o nome é visto com ressalvas por alguns líderes consultados por emissários do Planalto. Segundo eles, há o risco da escolha fortalecer o chamado “centrão” (grupo de partidos que apoiavam Dilma e agora estão com Temer) na próxima eleição para o biênio na Câmara, em 2017.
Delação
Cunha foi citado na delação premiada do ex-vice-presidente de Fundos de Governo e Loterias da Caixa Econômica Federal, Fabio Cleto. De acordo com a reportagem do jornal Folha de S.Paulo, Fabio disse aos investigadores que a empresa de Eike Batista pagou propina a ele mesmo e ao deputado para obter recursos do fundo de investimentos do FGTS. A delação do ex-dirigente da Caixa foi homologada pelo Supremo Tribunal Federal há duas semanas e está sob sigilo.
Cleto integrava o conselho do FI-FGTS, que decidia sobre a liberação de recursos para empresas. Segundo o depoente, com o pagamento de propinas, ele partia para o convencimento dos demais conselheiros em favor da aprovação de projetos apresentados. O delator conta que o operador de Cunha no esquema era o corretor de valores Lúcio Bolonha Funaro, e a maior parte da propina era depositada em contas no exterior, como no Uruguai.
A defesa de Cunha nega as acusações e disse que “desconhece a delação”. “Desminto a informação e desafio a provar”, disse o deputado por meio de sua assessoria. Lúcio Bolonha Funaro também disse não ter conhecimento sobre a delação “e nem dos fatos narrados na mesma” e que “está à disposição das autoridades para prestar os esclarecimentos”. Já o advogado Sérgio Bermudes, responsável pela defesa de Eike Batista, afirma que o empresário “repele categoricamente” as acusações e ressalta que não há indícios que seu cliente tenha se envolvido com pagamentos de propina.
Leia a reportagem completa no jornal O Globo
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