Mensalão: entenda o que está em julgamento
Quem são os réus, as acusações e suas defesas
Tudo sobre o mensalão
Leia também
Na tentativa de acelerar a discussão do mensalão, que ficou acertado entre os ministros, Rosa disse que faria o “resumo do resumo” do seu voto. Para ela, retomar a análise de provas pelos outros integrantes da corte, fora o relator e o revisor, “foge à racionalidade”. Sem fazer referências, ela votou pela condenação dos sócios das agências de publicidade SMP&B e DNA Propaganda e dos principais ex-diretores do Rural. Já a ex-vice-presidenta Ayanna Tenório ela absolveu por falta de provas.
Já no caso de Rogério Tolentino, o advogado que foi sócio de Marcos Valério, ela disse que a denúncia poderia “ser mais explícita”, mas “os fatos estão lá”. Por isso, ela votou pela condenação. No caso de Geiza Dias, ex-gerente da SMP&B, ela aplicou o “in dubio pro reu” (em dúvida, a favor do réu) para descartar a acusação. Ela disse ser impossível, pelas perícias e depoimentos colhidos na instrução penal, ser “impossível inferir o conhecimento e a vontade da prática da lavagem de dinheiro” por Geiza.
Debate
PublicidadeAntes de Rosa começar a votar, o relator da Ação Penal 470, Joaquim Barbosa, fez algumas considerações sobre a situação de Samarane e Tolentino. Ele disse que o ex-diretor e atual vice-presidente do Rural era um dos responsáveis por informar o Banco Central dos saques acima de R$ 100 mil feitos na instituição financeira. E também tinha que relatar operações com indícios de lavagem de dinheiro. Na visão do relator, ele não fez isso. “Era, portanto, um dos responsáveis pela omissão dos verdadeiros e reais sacadores de valores”, disse.
No caso de Tolentino, o relator disse que o advogado era “companheiro de todas as horas de Marcos Valério”. Na sessão de ontem, a defesa do acusado afirmou que ele não era acusado de lavagem de dinheiro no mensalão, sendo réu em outra ação penal, a 420, que trata exclusivamente dos empréstimos feitos pelo BMG ao PT. Barbosa relatou que inclusive analisou a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR). “Não vejo como se susntetar essa tese de que o Tolentino não foi mencionado na denúncia, eu descarto isso porque mostrei muito bem no meu voto”, disse.
A acusação contra Tolentino é sobre o empréstimpo de R$ 10 milhões foi utilizado para lavagem parcial dos R$ 73 milhões tirados do Fundo Visanet. Porém, ontem, o revisor Ricardo Lewandowski disse que não conseguia ver o crime no caso pela falta de individualização na denúncia. Na visão dele, também falta o crime antecedente para configurar a lavagem de dinheiro. “É preciso individualizar as situações. [Neste item] apenas está o que concerne a acusação do Banco Rural”, afirmou.
Barbosa condena mais nove réus do mensalão
Lewandowski absolve duas por lavagem de dinheiro
Revisor vota por condenação de Kátia Rabelo
Lewandowski condena Valério por lavagem de dinheiro