Fábio Góis
Dezenas de camburões da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) acabam de chegar à Praça dos Três Poderes, onde estacionaram estrategicamente ao lado do grupo pró-Roriz que persiste em manifestação em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF). O julgamento sobre a aplicabilidade da Lei da Ficha Limpa para o candidato do PSC ao GDF, Joaquim Roriz, já dura quase sete horas. No momento, a ministra Ellen Gracie profere seu voto.
Os cerca de 100 militantes estão desde o início da tarde de hoje (quinta, 23) em frente ao STF, mas já perderam adesões no transcorrer do dia (dezenas já deixaram o local). A longa espera pela conclusão do julgamento iniciado e suspenso ontem (22), em dois dias ensolarados (mais de 30º) e com baixa umidade relativa do ar (oscilando entre 15% e 18%), causou o desmaio de uma estudante de 25 anos. Rapidamente levada ao posto médico do STF, a jovem passa bem.
Depois de ter observado a movimentação de populares no primeiro dia de julgamento, o departamento de segurança do STF, com o apoio da PMDF, dividiu a área em frente ao tribunal. Um vão foi aberto por uma cerca no local, de maneira que os grupos adversários ficassem separados. Cerca de 20 manifestantes contrários a Joaquim Roriz também passaram a tarde no local, mas poucos ainda esperam o desfecho do julgamento.
Enquanto isso, o grupo arregimentado por Roriz capricha na criatividade. Espremidos na grade que isola em cerca de 100 metros a entrada do STF, onde profissionais de imprensa estão a postos à espera de notícias, os manifestantes entoam palavras de ordem como: “Oso! Oso! Oso! De virada é mais gostoso!”, referência ao placar momentaneamente favorável à aplicação da Lei para Roriz, e “Aqui tem um bando de loucos! Loucos por ti, Roriz!”, em plágio do grito de guerra da torcida do Corinthians – que, a propósito, venceu o Santos do ministro do STF Gilmar Mendes, no clássico realizado ontem (confira: Gilmar Mendes comenta jogo do Santos).
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