O senador Joaquim Roriz (PMDB-DF) divulgou, há pouco, uma nota de esclarecimento na qual reafirma sua versão sobre o conteúdo da conversa gravada pela Polícia Civil do DF durante a Operação Aquarela.
A nota, no entanto, deixa sem respostas as principais dúvidas levantadas com a divulgação da conversa entre Roriz e o ex-presidente do Banco Regional de Brasília (BRB), Tarcísio Franklin de Moura e que, segundo Roriz, se referia ao resgate de um cheque nominal ao empresário Constantino Júnior, fruto da venda de uma fazenda.
“O senador Joaquim Roriz rechaça com veemência as tentativas criminosas de confundir uma negociação normal, sem recursos públicos, entre pessoas físicas e jurídicas privadas, com investigações em curso na Polícia Civil e no Ministério Público do Distrito Federal”, diz o senador no início da nota.
No documento, Roriz afirma que “contraiu empréstimo pessoal da quantia de R$ 300 mil no dia 12/03/2007, com o empresário Constantino de Oliveira, em razão da necessidade de realizar pagamento inadiável, em 14/03/2007”.
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Roriz continua suas explicações garantindo que, dessa quantia, usou R$ 271.320 para a compra de uma bezerra, adquirida da Associação de Ensino de Marília. O restante, R$ 28.680, teriam sido destinados a “socorrer seu amigo Benjamim Roriz, com problemas de saúde na família”, conforme diz a nota.
O senador garante que tem todos os documentos para comprovar as negociações tais como a “nota fiscal emitida pela Associação de Ensino de Marília”, a “cópia do cheque referido no valor de R$ 2.231.155,60”, a “cópia do contrato mútuo entre o senador Joaquim Roriz e o empresário Constantino Júnior”, bem como a “nota promissória como garantia do empréstimo”.
A assessoria de Roriz afirmou que a bezerra adquirida pelo senador havia sido orçada em mais de R$ 500 mil, mas que se pagasse até o dia 14, Roriz receberia um desconto de R$ 260.680, conforme também citado em um dos trechos da nota:
“O detalhamento de seu diálogo com o ex-presidente do BRB – Banco de Brasília deu-se ante a necessidade de resgatar, em espécie, a pedido do beneficiário do cheque Nº 850023-1, no valor de R$ 2.231.155,60, emitido pela Agrícola Xingu S/A, para viabilizar o empréstimo pleiteado no prazo, de forma a garantir um desconto de R$ 260.680, oferecido pelo vendedor da bezerra, condicionado ao pagamento até o dia 14/03/2007”.
A nota não esclareceu porque um cheque do Banco do Brasil nominal a Constantino Júnior foi descontado no Banco de Brasília. A assessoria disse que não tinha nada a falar sobre isso. (Soraia Costa)