No depoimento encerrado há cerca de uma hora no Conselho de Ética, o deputado Romeu Queiroz (PTB-MG) disse que foi o ex-ministro dos Transportes Anderson Adauto (PL), atual prefeito de Uberlândia (MG), quem o colocou em contato com o então tesoureiro do PT, Delúbio Soares. Romeu Queiroz responde a processo por quebra de decoro parlamentar por ter feito saques nas contas do empresário Marcos Valério, o operador do mensalão.
O deputado petebista admitiu durante o depoimento ter sacado R$ 452 mil das contas de Valério. Segundo Queiroz, Delúbio teria lhe dito que iria fazer uma doação de R$ 350 mil ao PTB. Os recursos foram sacados pelo coordenador de campanha do partido em Minas Gerais, José Hertz Cardoso.
Foi José Hertz, de acordo com o deputado mineiro, quem entregou o dinheiro para o diretório nacional do PTB. “Ele sacou os recursos, levou o dinheiro a Brasília e o entregou ao primeiro-secretário do diretório nacional PTB, Emerson Palmieri”, disse o deputado.
Outros R$ 102 mil foram repassados a candidatos e coordenadores de campanha do partido e de aliados em 20 municípios mineiros. O sacador foi o ex-assessor do deputado Paulo Leite Nunes. O deputado entregou ao conselho uma lista com o nome das cidades e documentos bancários que comprovariam os repasses.
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Romeu Queiroz negou ao relator do processo no conselho, deputado Josias Quintal (PSB-RJ), que tenha recebido recursos de campanha da SMP&B. O deputado afirmou que conhecia o empresário Marcos Valério superficialmente. Seus maiores contatos na SMP&B eram com Cristiano Paz, sócio de Valério.
O petebista concluiu seu depoimento dizendo que, se soubesse que teria problemas, não teria feito acordos com o PT. A versão apresentada hoje pelo deputado foi a mesma dada por Paulo Leite Nunes e de José Hertz ontem no Conselho.