Os senadores Romário (PSB-RJ) e Alvaro Dias (PV-PR) confirmaram filiação ao Podemos, novo nome do Partido Trabalhista Nacional (PTN). O registro oficial na nova sigla está previsto para ocorrer neste sábado (1º), durante o evento de lançamento nacional do partido, que será realizado no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília. Alvaro Dias é tido como provável candidato a presidente da República.
Romário se desfilou do PSB nesta quarta-feira (28). “Escolhi o Podemos porque o partido apresenta um modelo de fazer política mais conectado com a sociedade atual, que quer participar de forma direta e não se identifica mais com a velha política. O Podemos não se intitula nem de esquerda nem de direita, é um partido que trabalha com causas”, justificou o parlamentar por meio de sua página no Facebook.
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Além dos dois senadores, o Podemos receberá a filiação do deputado federal Silas Freire (PR-PI); do ex-senador Osmar Dias (PR); e do ex-prefeito de Curitiba, Gustavo Fruet.
A legenda negocia ainda as adesões do governador de Sergipe, Jackson Barreto (PMDB-SE), e do deputado federal Cabo Sabino (PR-CE). Segundo a presidente nacional do partido, Renata Abreu (SP), “o Podemos está em tratativas com outros dez deputados que esperam a janela de transferência, em março de 2018”.
De acordo com Renata Abreu, a proposta do novo partido é reaproximar a política dos interesses da população, que vem ocupando as ruas desde 2013 para protestar contra a corrupção e a falta de transparência na política. Para ela, a população não se sente representada pelos partidos políticos tradicionais.
“O Podemos nasce de uma herança democrática e progressista, o PTN, partido que teve o maior crescimento no país (150%) em número de prefeitos eleitos em 2014, subindo de 12 para 30. Já o número de vereadores saltou de 428 para 764. E o número de deputados federais subiu de três para 13”, diz a deputada Renata Abreu.
Com uma proposta de mudança, o partido acredita que é preciso adaptar a prática política às condições de uma sociedade globalizada e conectada, na qual os cidadãos não querem mais ser passivos, mas participar ativamente das decisões. “Estamos vivendo a nova era, que é a era da tecnologia, mas somos cidadãos do século 21 discutindo políticas do século 18. Temos uma sociedade dinâmica e partidos estáticos, e as pessoas nem percebem diferenças entre as organizações partidárias. E é aí que o Podemos vai se diferenciar, assumindo causas para mudar o país”, afirmou Renata Abreu ao Congresso em Foco.
A alteração do nome do PTN, para Podemos, foi autorizada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em sessão administrativa realizada no dia 16 de maio. O PTN tem registro eleitoral no TSE desde 2 de outubro de 1997. Antes da ditadura militar, a legenda – fundada em 2 de maio de 1945 – foi formada por dissidentes do PTB. Foi pelo PTN que Jânio Quadros se elegeu presidente da República em 1960. A agremiação foi extinta no regime militar (1964-1985) por meio do Ato Institucional nº 2, de 27 de outubro de 1965.
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