De acordo com a assessoria do novo presidente, o democrata decidiu manter a decisão do plenário da Casa, que aprovou a prorrogação por 30 dias. Maia alega que foi Waldir Maranhão (PP-MA) quem passou por cima do que foi estipulado pelos deputados em sessão deliberativa.
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Entre os requerimentos de convocação aprovados estavam o da ex-ministra da Casa Civil, Erenice Guerra, e do empresário Joseph Safra, do grupo Safra. Os dois já são investigados pela Operação Zelotes, mas negam o envolvimento nas irregularidades ligadas ao Carf. Na pauta, aguardando aprovação da CPI, aparecia o nome do diretor do Grupo Gerdau, André Gerdau.
Criada em fevereiro deste ano, a CPI do Carf foi proposta pelo deputado João Carlos Bacelar (PR-BA), que citou a Operação Zelotes, da Polícia Federal, como base para sua criação. A operação investiga “o fato de que 24 pessoas e pelo menos 15 escritórios de advocacia e consultoria são suspeitos de envolvimento num esquema de corrupção contra a Receita Federal”.
“Entre os sete crimes investigados, estão supostas práticas de associação criminosa, lavagem de dinheiro e tráfico de influência. Segundo os investigadores, uma conversa gravada com autorização da Justiça em setembro do ano passado, mostra que Edison Pereira Rodrigues, ex-presidente do Carf considerava traidor quem votava contra os interesses do grupo”, escreveu Bacelar no requerimento de criação da CPI.
Relembre
PublicidadeDurante as investigações feitas pela comissão, inúmeras tentativas de barrar a convocação de testemunhas foram denunciadas pelos membros. Em junho deste ano, deputados do PSDB protocolaram representação junto ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pedindo a “imediata instauração de inquérito para apuração da eventual prática de crime de concussão” por parlamentares do colegiado. O crime é caracterizado pela obtenção de vantagem indevida por agente público.
De acordo com a denúncia, deputados estariam procurando empresários e negociando vantagens para impedir a convocação deles pela CPI. “A evidência desse comportamento nefasto e criminoso tem que ser apurada, até mesmo para que a sociedade saiba se, de fato, existem parlamentares transformando esse imprescindível mecanismo de investigação da Câmara em instrumento para constranger pessoas e exigir vantagem indevida a pretexto de protegê-las”, diz trecho da representação do PSDB.
Os membros da legenda também dizem que é “inadmissível que, mesmo após as investigações realizadas pela Operação Lava Jato, que estão passando o Brasil a limpo, ainda tenhamos que conviver com criminosos que, travestidos de parlamentares, utilizam de seus cargos para achacarem e enriquecerem”.