O homem-bomba da legislatura passada, o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), cassado após denunciar o escândalo do mensalão, apareceu na manhã de hoje na Câmara dos Deputados pedindo votos para o candidato à presidência da Casa, Arlindo Chinaglia (PT-SP). Na opinião dele, a eleição do petista "está ganha".
Para ele, a regra da proporcionalidade deve ser respeitada, e "o PT é o maior partido" (apesar de ter eleito menos deputados que o PMDB). Jefferson disse que o efeito Severino Cavalcante (PP-PE), ex-presidente da Câmara que renunciou ao mandato após denúncias de receber o mensalinho, não pode se repetir. Na ocasião, em função de duas candidaturas da base aliada ao governo, Severino se elegeu com a ajuda do chamado baixo clero.
Nos bastidores, porém, comenta-se que o apoio de Jefferson teria como contrapartida a nomeação do seu correligionário paulista, Nelson Marquezelli, para o Ministério da AGricultura. Com discurso legalista, Roberto Jefferson não confirma a articulação. “Chinaglia é o candidato da lei. Toda atitude que arranha a lei, no final, acaba em Severino”, limitou-se a declarar.
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Roberto Jefferson criticou o PR (fusão do PL com o Prona, ao qual deve se juntar o PSC) pelo esforço que tem feito para conseguir filiações de parlamentares de outros partidos, inclusive governistas. "Crescendo como o PR está, será que o Valdemar [Costa Neto, ex-presidente do PL] tem todo esse poder de sedução?", ironizou Jefferson. Sobre a entrada em bloco dos deputados no PR, comentou: "Valdemar é o homem do atacado". (Soraia Costa e Severino Motta)