Após 32 anos de vida pública, o presidente nacional do PPS, deputado Roberto Freire (PE), anunciou que não irá mais disputar cargos públicos. De acordo com a Folha Online, desanimado com as denúncias que abalam o Legislativo e o Executivo, Freire participará das eleições deste ano apenas como coadjuvante, ajudando Geraldo Alckmin (PSDB) na disputa presidencial.
“Essa última legislação foi muito constrangedora. Eu não estou mais com disposição de disputar uma campanha. Vou atuar (na campanha de Alckmin) para não permitir que se tenha no país o mensalão dois”, disse o deputado, que está em seu quinto mandato parlamentar. “O Brasil não pode ver a repetição do filme o Exterminador do Futuro no ano que vem”, completou.
Freire chegou a anunciar sua pré-candidatura à Presidência, mas desistiu por causa da manutenção da regra da verticalização, que impede os partidos de fazerem nos estados coligações que contrariem as alianças nacionais.
O deputado também aponta uma “deficiência grave na formação do Congresso” como motivação para o seu desânimo. “Muitos se elegeram para fazer negócios pessoais, escusos. Isso ficou comprovado em vários aspectos”, considerou. “Meu desânimo não é com a política. É um certo constrangimento com alguns representantes. E não estamos tendo capacidade para reagir”, complementou.
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As principais críticas, no entanto, ele reserva para o governo do presidente Lula, a quem apoiou no segundo turno das eleições de 2002. “Não é só responsabilizar o Congresso. Houve uma infeliz coincidência nesta legislatura. O Congresso, que tem várias deficiências de formação, encontrou um governo com graves deficiências do ponto de vista ético. Não existe corrupção de uma só parte”, observou.