A Frente Parlamentar Ambientalista do Congresso Nacional decidiu realizar cinco reuniões preparatórias para a Conferência Rio+20, que reunirá 192 países, de 4 a 6 de junho do ano que vem, no Rio de Janeiro, com chancela da Organização das Nações Unidas (ONU). A primeira delas ocorreu em Manaus, na sexta-feira 23 de setembro, numa deferência dos companheiros da frente à importância de meu estado e da Floresta Amazônica no contexto ambiental. Nosso desafio é sistematizar um diagnóstico e propor alternativas para solucionar ou minimizar os principais problemas ambientais.
Debruçamos-nos em Manaus sobre o tema “Biomas: preservação, conservação e os serviços ambientais que prestam para a qualidade de vida no planeta”. Ficou bem clara a enorme expectativa depositada, 20 anos depois daquele encontro pioneiro no Rio, sobre as possibilidades de decisões mais palpáveis a serem tomadas no novo encontro.
Estavam presentes, além de autoridades federais, estaduais e municipais, representantes de diversas entidades, associações e ONGs ligadas ao Meio Ambiente.
O ex-ministro do Meio Ambiente e deputado federal Sarney Filho destacou a perplexidade do mundo diante da crise econômica dos Estados Unidos e da Europa, com graves repercussões nas bolsas de valores e nas moedas, ameaçando fazer ruir estruturas que todos consideravam muito sólidas, e, nem assim, tal estado de coisas pode ser comparada ao tamanho do impacto ambiental na vida do planeta. É por isso que a Rio+20 será o evento mais importante deste início do Século 21.
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Vejo com muita alegria, por exemplo, lideranças dos povos indígenas das Américas, Ásia e África divulgando a Declaração de Manaus sobre a sua expectativa em relação à Conferência. O documento foi discutido na Conferência Preparatória para a Rio+20 das Comunidades Indígenas da América Latina, no final de agosto. A representante da ONU Mulheres Brasil e Cone Sul, Rebecca Tavares, se reuniu com cerca de 40 lideranças indígenas femininas e discutiu, além da Rio+20, a participação do Fórum Internacional de Mulheres Indígenas na reunião global da Comissão sobre a Situação da Mulher 2012 e da organização das mulheres para a Conferência Mundial dos Povos Indígenas, em 2014.
Todos estão se preparando para o grande momento. Quando falamos em meio ambiente no Congresso Nacional, as discussões são acirradas e calorosas. Mas nada como descentralizar os debates e ouvir cada região, com suas peculiaridades e características. Ouvidos os especialistas, nosso trabalho agora é sistematizar tudo e levar as conclusões para a Rio+20.
O Brasil e o Amazonas certamente brilharão em mais esse evento, com a competente organização e brilhante lucidez de seus filhos.