Em seu depoimento, realizado no mês passado, Pessoa diz que a conversa com Coutinho aconteceu em 2014, na sede do banco, em São Paulo. Na ocasião, outros executivos da UTC também estavam presentes, com o objetivo de discutir o projeto do aeroporto internacional de Viracopos, em Campinas. Segundo Ricardo Pessoa, ao final da reunião Coutinho pediu que os executivos deixassem o local, e que apenas os sócios da UTC permanecessem. Em seguida, de acordo com o delator, o presidente do banco disse que os empresários deveriam procurar Edinho Silva para tratar das doações para a campanha de Dilma.
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Os investigadores entendem que o depoimento de Pessoa pode ser um indício de que Luciano Coutinho trabalhava para obter o compromisso de doações eleitorais entre empresários que obtinham financiamentos junto ao BNDES. Integrantes do comitê da campanha de Dilma informaram à reportagem que o ex-presidente do banco e o ex-ministro Guido Mantega desempenhavam a função de apresentar Edinho Silva aos empresários.
Marcelo Odebrecht também já havia relatado, durante as negociações de seu acordo de delação premiada, que Mantega e Coutinho cobravam doações de empresários financiados pelo BNDES para a campanha de Dilma. A assessoria de imprensa de Luciano Coutinho informou que ele nunca se envolveu em questões ligadas à doações eleitorais. Já Edinho Silva não quis comentar o depoimento de Ricardo Pessoa.
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