Reportagem da revista Veja que começa a circular neste fim de semana mostra fotos de uma prisão até então desconhecida do candidato à prefeitura do Rio Marcelo Crivella (PRB), em 18 de janeiro de 1990. Crivella, que trabalhava à época na Empresa de Obras Públicas do Estado (Emop), foi detido ao se envolver em uma confusão quando tentava retomar um terreno ocupado onde a Igreja Universal, da qual hoje é bispo licenciado, pretendia erguer um templo religioso no bairro das Laranjeiras. Ele também era o engenheiro responsável pela construção dos templos da Universal.
Nas imagens divulgadas pela revista, ele aparece de frente e perfil após ser levado para a 9ª Delegacia Policial (DP), onde foi fichado. A Polícia Civil não deu detalhes do inquérito. O candidato alega que foi liberado logo em seguida e que o delegado responsável por sua detenção, que já faleceu, respondeu a processo por abuso de poder devido ao episódio. Neste sábado, o senador divulgou vídeo em que nega ter sido preso e dá sua versão sobre o caso: “Sou ficha limpa“.
Leia também
Na noite dessa sexta-feira, a assessoria de Crivella divulgou nota sobre o assunto:
“A revista Veja traz em sua capa duas fotos do senador Marcelo Crivella identificado em uma delegacia em 18 de janeiro de 1990. A explicação é bem menos emocionante do que muitos esperam. Na ocasião, Crivella, como engenheiro, tentou entrar em um terreno da Igreja Universal que tinha sido invadido em Laranjeiras. Na confusão, acabou sendo levado para a delegacia, onde o delegado mandou fazer as fotos para identificá-lo. A única investigação aberta foi para investigar o abuso de poder do delegado”.
O candidato deve dar uma entrevista coletiva neste sábado para detalhar o caso. As imagens estão documentadas em um inquérito de 117 páginas conduzido pelo então delegado titular da 9 ª DP, João Kepler Fontenelle, já morto.
Na Emop de outubro de 1987 a março de 1990, Crivella foi também figurava como técnico da Unitemple Universal Engenharia, criada para cuidar das obras de templos da Igreja Universal, fundada por seu tio, o bispo Edir Macedo. Um ano após a detenção, Crivella se transferiu para a África, onde foi missionário da igreja por oito anos. De volta ao país, ficou conhecido como cantor e pelo desenvolvimento de projetos sociais. Chegou ao Senado em 2002, com 3,2 milhões de votos. Em 2010, reelegeu-se para o seu segundo mandato. Se vier a ser derrotado por Marcelo Freixo, na disputa do segundo turno, ele tem vaga garantida no Senado pelo menos até janeiro de 2019.