Vinte e cinco anos após renunciar ao seu mandato como presidente da República, alvo de um processo de impeachment, o senador Fernando Collor de Mello (PTC-AL) anunciou nesta sexta-feira (19) que pretende concorrer novamente ao cargo nas eleições deste ano. Em Arapiraca (AL) para participar da abertura do comitê regional do Partido Trabalhista Cristão, o senador classificou o momento como um dos mais importantes da sua vida pessoal e como homem público. “Hoje a minha decisão foi tomada: sou sim pré-candidato a presidente”, disse.
Em agosto do ano passado, o Supremo Tribunal Federal (STF) transformou o senador alogoano em réu na Operação Lava Jato pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa. A decisão foi tomada pela Segunda Turma de forma unânime. O senador nega as acusações.
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Em entrevista à rádio Gazeta de Arapiraca, ainda nesta sexta-feira (19), Collor afirmou ter vantagem em relação aos outros pré-candidatos no quesito programa de governo porque já presidiu o país. Segundo ele, a população também já estaria habituada ao seu modo de agir e pensar. “Meu partido todos conhecem, sabem o modo como eu penso e ajo para atingir os objetivos que a população deseja para a melhoria de sua qualidade de vida”, considerou.
O senador ressaltou ainda que as reformas, principalmente a política, são fundamentais para tirar o Brasil da sua atual crise de representatividade.
“Alguns avanços vêm sendo atingidos, mas muitas outras reformas precisam ser executadas, sobretudo a política, para que possamos ter um conjunto de partidos que representem as faces ideológicas de uma sociedade. Não podemos conviver com 38 partidos, dos quais 27 com representação no Congresso Nacional. Isso traz uma possibilidade de ingovernabilidade muito grande”, opinou.
Já em entrevista à Rádio 96 FM Arapiraca, Collor se colocou como uma alternativa aos brasileiros que não querem se submeter à polarização entre esquerda e direita. “Acho que o centro democrático deste país está sem candidaturas que possam representar esse sentimento e essa vontade da população brasileira de ter um candidato a presidente da República que não esteja nos extremos, nem na extrema esquerda, nem na extrema direita. Esse centro está muito vazio”, acrescentou.
Eleito em 1989 pelo Partido da Reconstrução Nacional (PRN), atual PTC, Fernando Collor foi o primeiro presidente escolhido pelo voto popular após a redemocratização do país, derrotando candidatos como o ex-presidente Lula, com quem disputou o segundo turno, Leonel Brizola e Ulysses Guimarães. Em 29 de dezembro de 1992 ele renunciou ao cargo, antes que pudesse ser afastado definitivamente em um processo de impeachment por suspeita de corrupção.
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Tem que manter isso, viu?
Grande aliado dos petralhas. Estes, inclusive, caso tenham seu guru enjaulado, podem votar nesse outro réu.
Mais um napoleão solto em Brasília. O manicômio geral da política está dando corda a todo tipo de delírio: um favorito redentor em vias de ser preso, um ‘patrocinador’ “Tem que manter isso aí, viu” acusado de quadrilheiro, um capitão enfermo por doença de utopia reversa’, um candidato opaco se oferecendo a um partido dilacerado e, agora, isso. Parece uma alucinação geral e irrestrita.
Só falta ser eleito e sofrer outro Impeachment
Mais um réu presidenciável, lamentável