A segunda sessão da CPI do Apagão Aéreo foi tranqüila e “produtiva”, como a definiu o deputado Marcelo Castro (PMDB-PI), que preside os trabalhos. Os parlamentares aprovaram todos os 53 requerimentos que estavam em pauta, além de um extra, proposto pela deputada Luciana Genro (Psol-RS), que pede informações sobre o motim dos controladores aéreo, no final de março.
Havia vários requerimentos que versavam sobre o mesmo assunto. Eram três, por exemplo, que pediam a convocação do delegado da Polícia Federal Renato Sayão Dias, responsável por um inquérito concluído ontem sobre o choque entre o avião da Gol e o Legacy, que resultou na queda da primeira aeronave, matando 154 pessoas. A expectativa é que o depoimento de Sayão possa acontecer na próxima terça-feira, dia 15. No inquérito, que a CPI inclusive já requereu, ele culpa pelo acidente os comandantes do Legacy, o piloto Joseph Lepore e o co-piloto Jan Paul Paladino.
Eles também serão chamados para depor, mas, como residem nos Estados Unidos, a comissão analisa como convocá-los. “Vamos encaminhar um pedido ao Ministério da Justiça e ao Judiciário para nos auxiliar na condução das investigações e convocar os pilotos”, afirmou o relator da CPI, o petista Marco Maia (RS), que citou acordos bilaterais entre Brasil e EUA que podem auxiliar a comissão parlamentar. Ele, contudo, não descarta a possibilidade dos deputados irem aos Estados Unidos ouvirem Lepore e Paladino.
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Foram aprovados ainda requerimentos que pedem a convocação do presidente da Gol, Constantino de Oliveira Júnior, do brigadeiro Jorge Kersul Filho, chefe do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), do coronel Rufino Antônio Pereira da Silva, que investiga pela Aeronáutica a queda do avião da Gol, em setembro do ano passado.
Na segunda-feira (dia 14), os parlamentares da comissão vão no Cindacta 1, em Brasília, visita que estava marcada para acontecer hoje, mas que foi adiada por causa da sessão ordinária de ontem, que impossibilitou os trabalhos da CPI. (Lucas Ferraz)
Relatório da PF sobre acidente da Gol divide CPI
PublicidadeA divulgação do relatório da Polícia Federal sobre o acidente entre o boeing da Gol e o jato Legacy dividiu os membros da CPI do Apagão Aéreo.
Governistas acreditam que, mesmo com a conclusão das investigações da PF, as causas do acidente devem, também, ser investigadas pela Câmara, seguindo o cronograma previsto inicialmente pela CPI.
A oposição, por outro lado, defende que o relatório adiantou a primeira etapa do que seria feito pelo Legislativo e que agora haverá possibilidade de priorizar outras frentes, como a dos problemas de infra-estrutura, por exemplo.
De acordo com a agenda da CPI, o mês de maio será dedicado à discussão sobre as causas do acidente. O relator da comissão, deputado Marco Maia (PT-RS), garantiu que o relatório será considerado, mas que o andamento dos trabalhos não será alterado. “Claro que temos que levar em conta o inquérito da PF, mas a CPI mantém o cronograma”, disse.
Na manhã de hoje, a CPI está votando os requerimentos apresentados pelos deputados, entre eles o que requer uma visita dos parlamentares ao Cindacta I.
Inquérito
O relatório final da Polícia Federal foi enviado ontem (9) para a Justiça e encerrou sete meses de investigações sobre o acidente ocorrido no dia 30 de setembro e que matou 154 pessoas. A polícia concluiu que os pilotos do Legacy, os norte-americanos Joseph Lepore e Jan Paladino, agiram com negligência ao voarem com o transponder desligado e não se comunicarem com os controladores de vôo para relatar a colisão.
A investigação sobre a responsabilidade dos controladores de tráfego aéreo no acidente foi encaminhada à Justiça Militar. (Soraia Costa)