O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), embarcou há pouco na Base Aérea de Brasília para uma viagem de descanso. O destino da viagem de Renan não foi revelado, porém especula-se que ele foi ao Paraná. O peemedebista pretende descansar com sua esposa, Verônica Calheiros, até o domingo. Na segunda, Renan pretende voltar ao Congresso.
A viagem de Renan atende a um pedido de aliados. Logo após a sua absolvição pelo plenário do Senado, o senador Aloizio Mercadante (PT-SP) afirmou que Renan deveria se licenciar do cargo para que a Casa pudesse voltar à normalidade após a decisão do plenário que livrou Renan da cassação.
No entanto, Renan afirma que não vai pedir licença do cargo, o que pode elevar a temperatura no Senado e atrapalhar a votação de matérias importantes para o governo, como a prorrogação por mais quatro anos da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). O tributo é responsável por injetar anualmente nos cofres do governo cerca de R$ 40 bilhões.
O vice-presidente do Senado, Tião Viana (PT-AC), considera que o apoio da oposição é indispensável para que a CPMF consiga passar no Senado.
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Ontem, senadores de seis partidos, incluindo um peemedebista (Jarbas Vasconcelos –PE), voltaram a pedir que Renan se afaste do cargo enquanto correm as investigações dos processos contra ele no Conselho de Ética da Casa. Renan é acusado de ter favorecido uma cervejaria junto ao INSS e de ter utilizado laranjas para comprar empresas de comunicação em Alagoas.
A Mesa Diretora do Senado ainda pode encaminhar mais uma representação contra o senador alagoano ao Conselho de Ética. Dessa vez, Renan é acusado de ser beneficiário de um suposto esquema de desvio de verbas de ministérios controlados pelo PMDB.
Sem pressa
Considerada essencial para o equilíbrio fiscal, a CPMF será a matéria que causará grande dor de cabeça ao governo. Diferente da Câmara, no Senado a vantagem do governo é bastante apertada.
Líderes oposicionistas afirmam que não têm pressa para analisar a proposta que prorroga a cobrança da CPMF. Segundo o líder do DEM no Senado, José Agripino (RN), “ou Renan sai, ou o Congresso pára.” (Rodolfo Torres)