Reportagem publicada hoje (23) pelo jornal O Estado de S. Paulo traz mais um personagem para a crise no Senado. De acordo com a publicação, o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), teria tido sua campanha eleitoral ao Senado em 1994 financiada por um bicheiro.
O autor das denúncias é o bicheiro Plínio Batista, que afirma que mantinha relações próximas com o peemedebista. No entanto, atualmente Plínio é inimigo político de Renan.
Segundo a reportagem, Plínio garantiu ter cheques das agências do Banco do Brasil, Produban e da Caixa Econômica, assinados por Remi Calheiros, prefeito de Murici, cidade natal da família Calheiros, que demonstrariam uma relação de proximidade entre ele e a família do presidente do Senado
Plínio também afirmou ao jornal que chegou a fazer empréstimos para a prefeitura de Murici para o pagamento dos funcionários, por ordem de Renan. "Quando Remi Calheiros ganhou a eleição da prefeitura de Murici, o senador Renan Calheiros me autorizou a fazer um empréstimo para ele pagar a folha de dezembro e o décimo terceiro", afirmou.
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Segundo o Estadão, o bicheiro “é acusado de vários crimes e assassinato”. Ele também afirmou temer por sua vida e declarou: "Até se eu morrer de acidente de trânsito a responsabilidade é dele [Renan]. O meu receio é porque o senador sabe que eu tenho prova contra ele".
Acusações “requentadas”
Por sua vez, o advogado de Renan, Eduardo Ferrão, afirmou ao jornal paulista que as acusações contra o parlamentar alagoano são "requentadas" e que "não têm procedência". Segundo Ferrão, as novas acusações são ataques de adversários políticos da família. O advogado do presidente do Senado também afirmou desconhecer que seu cliente tenha recebido dinheiro de Plínio Batista para sua campanha. “O senador tem processado os autores de denúncias a respeito desses temas”, disse Ferrão. (Rodolfo Torres)