O presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou ontem, em Maceió, acreditar que a crise que o envolve em denúncias de recebimento de vantagens por meio de um lobista da empreiteira Mendes Júnior é artificial.
"As pessoas pensaram que estavam diante de um fato consumado e de uma pessoa vulnerável, um novo Severino, mas erraram completamente. Em nome da minha dignidade vou resistir até a última hora", declarou, referindo-se ao ex-presidente da Câmara Severino Cavalcante (PP-PE). Membro do baixo clero do Congresso, o pernambucano renunciou ao cargo em 2005 para evitar a cassação após ser acusado de cobrar propina do dono de um restaurante da Casa.
Renan reafirmou que nunca pensou em renunciar nem à presidência, nem ao mandato e que tem plena convicção de sua inocência. O senador é acusado de aceitar que o lobista Claúdio Gontijo pagasse a pensão de sua filha com a jornalista Mônica Veloso. Ele nega e afirma que o dinheiro lhe pertencia e que pedia a Gontijo que o repassasse a Mônica apenas para evitar se expor. (Carol Ferrare)