Em discurso feito há pouco, no plenário do Senado, o presidente da Casa e candidato à reeleição, senador Renan Calheiros (PMDB-AM), defendeu a independência do Congresso em relação aos governos. “Nosso patrão é a sociedade, e não os governos”, afirmou. Para o peemedebista, “não há democracia sem Congresso forte, autônomo e independente”.
Candidato do governo, Renan acrescentou que o Senado agiu de “forma firme e tempestiva” para colocar um “freio” nas medidas provisórias (MPs). Ele lembrou que, entre 2004 e 2006, as MPs chegaram a trancar 71% das sessões.
"De provisória só tem a nomeclatura. As mudanças já estão caminhando e colocamos um freio nas MPs com o projeto do senador Antônio Carlos Magalhães. A proposta já andou metade do caminho e é preciso ser aprovada pela Câmara dos Deputados", prosseguiu.
Destacou ainda o fato de o Congresso – cuja presidência ele acumula com a do Senado – ter reduzido o índice de leis de iniciativa do Executivo (de cerca de 80%, em anos anteriores, para 67% em 2006). "Independência é prática, não discurso", completou. "Nunca confundi governabilidade com subordinação".
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Também criticou os cortes feitos pelo Executivo na execução do orçamento federal, que costumam ter como principal vítima as emendas parlamentares. Ele defendeu o projeto de orçamento impossitivo, também de autoria do senador Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA). Ele exige que o governo execute integramente a lei orçamentária aprovada pelo Congresso.
Ao saudar os 27 novos senadores, ressaltou que o Senado é a “casa da federação” e disse: “Aqui todos os estados são iguais, todos os senadores são iguais. (…) Não existem senadores de segunda fileira”.