De acordo com o ex-diretor da Petrobras, políticos diversos recebiam esse percentual em comissão sobre o valor de cada contrato da estatal no período em que ele comandava a diretoria de Abastecimento da empresa, entre 2004 e 2012. O esquema foi descoberto nas investigações da Operação Lava Jato, da Polícia Federal.
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Uma das negociações envolvendo Renan, informa o site do Estadão, é um acerto com o doleiro Alberto Youssef que consistiu na compra, por parte do fundo de pensão dos Correios (Postalis), de R$ 50 milhões emitidos pela Marsans Viagens e Turismo – empresa que tinha Youssef como um dos investidores. Ainda segundo o site, Youssef se reuniu com Renan em março, dias antes de ser preso, para acertar a comissão que caberia ao PMDB no esquema. PMDB e PT controlam o Postalis.
O negócio estava em curso, mas foi frustrado em razão da prisão do doleiro e de Costa. A Marsans foi fechada em seguida. Renan não foi localizado pela reportagem para falar sobre o caso.
“As denúncias do envolvimento do presidente do Congresso e de senadores em esquemas de saque da Petrobras são graves”, comentou no Twitter o senador Randolfe Rodrigues (Psol-AP).
O assunto também é matéria de capa da revista Veja. “Os depoimentos são registrados em vídeo – na metade da semana passada, já havia pelo menos 42 horas de gravação. Paulo Roberto acusa uma verdadeira constelação de participar do esquema de corrupção. Aos investigadores, ele disse que três governadores, seis senadores, um ministro de Estado e pelo menos 25 deputados federais embolsaram ou tiraram proveito de parte do dinheiro roubado dos cofres da estatal”, diz trecho da revista, que adiantou hoje (5) em seu site parte do material da edição impressa, que promete divulgar amanhã o nome de todos os políticos delatados.
Segundo o Estadão, Paulo Roberto Costa envolveu pelo menos 32 deputados e senadores, cinco partidos políticos e um governador no esquema. De acordo com a Folha de S. Paulo, ele citou o nome de 61 parlamentares.