O presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), disse hoje que pretende apoiar uma convocação extraordinária durante o recesso parlamentar, previsto para começar na próxima quinta-feira (15). “Se o governo pensa no recesso para dar férias à crise, para paralisar investigação ou para não dar prosseguimento aos julgamentos dos acusados, não vai contar comigo nesta pretensão”, ameaçou.
As atividades no Congresso só retornariam a normalidade em 15 de fevereiro. O governo federal tenta abafar a crise política, e uma das estratégias é manter deputados e senadores longe de Brasília até o Carnaval. Por isso, o governo quer o recesso a qualquer custo.
Porém, líderes da base aliada alertam o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de que manter o parlamento parado durante dois meses pode causar um estrago ainda maior à imagem do governo. Sem trabalhos na Câmara e no Congresso, a crise seria o único assunto em pauta no Congresso, já que as CPIs dos Correios e dos Bingos prometem trabalhar durante as férias.
Para piorar, a paralisação suspenderia os trabalhos no Conselho de Ética, o que levaria a conclusão dos processos de cassação para depois de abril, quando os quadros eleitorais de 2006 começam a se desenhar.
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Mesmo assim, o governo insiste na tentativa de esvaziar o Congresso, o que pode custar caro a Lula. Para que o governo possa fazer investimentos no próximo ano, os parlamentares precisam aprovar, até 31 de dezembro, o Orçamento de 2006. Caso a proposta não seja votada, o Executivo fica autorizado a liberar apenas recursos para pagamentos de salários e despesas administrativas.
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