Ao final de seu discurso contra as acusações que sofre, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), aproveitou para atacar a Editora Abril. O peemedebista afirmou que seus colegas senadores e a imprensa deveriam investigar a venda da TVA para a empresa espanhola Telefônica. Do plenário, ele disse que hoje (7) denunciará o caso ao Ministério Público Federal.
“Isso, sim, deveria despertar o pendor investigativo do Senado. Vender ilegalmente participações de TV”, detonou Renan, que é acusado pela revista Veja – que o acusa de ser sócio oculto de empresas de comunicação em Alagoas.
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O presidente do Senado disse que ainda hoje vai levar o caso ao conhecimento da Procuradoria-geral da República. Vai incluir uma documentação com o voto de um conselheiro da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) contrário à venda da emissora TVA, com base na lei das TVs a cabo. “A transação é uma fraude e fere o interesse nacional”, disse Renan.
Derrotados rancorosos
Antes de acusar Veja e sua editora, o peemedebista voltou a se defender das denúncias que sofre. Para isso, chamou de “derrotados rancorosos” a presidente do Psol – partido que representou contra ele –, a ex-senadora Heloísa Helena e o ex-deputado João Lyra (PTB-AL), a quem atribuiu últimas as denúncias de Veja. “Estão desesperados para voltar”, disse Renan, que classificou as acusações de pseudo-escândalos.
Ele reafirmou que o inquérito aberto contra ele pelo Supremo Tribunal Federal (STF) foi motivado por sua iniciativa. Para Renan, esse foi “um gesto claro” de que nada tem a esconder ou a temer. Afirmou que seus sigilos bancário e fiscal estão abertos.
O presidente do Senado aproveitou para cutucar o Conselho de Ética, que apura se a empreiteira Mendes Júnior pagou despesas particulares de Renan. Para o peemedebista, há uma “tentativa de partidarização” na investigação. Ao contrário, a apuração do MP, da PF e do Supremo é “profissional”. (Eduardo Militão)