Em relatórios internos e mensagens eletrônicas, a ex-gerente da Petrobras Venina Velosa da Fonseca informou aos seus superiores que negociadores de óleo combustível de navio cobravam comissões extras. As empresas negociadoras, que atuam em países onde a Petrobras mantém escritório, no entanto, não foram descredenciadas, apenas suspensas por curto período. As informações são do jornal O Globo.
Relatório feito pela própria Venina no período em que comandou o escritório da empresa brasileira em Cingapura, entre fevereiro e novembro deste ano, aponta descontos anormais para alguns clientes e perdas nas negociações com óleo combustível, destaca a reportagem.
A então gerente chegou a contratar um escritório de Direito para tentar romper o contrato com os negociadores. Também foram criadas comissões para apurar as suspeitas. Nenhum contrato, no entanto, foi rompido.
Reportagem publicada na última sexta-feira pelo jornal Valor Econômico informou que Venina advertiu a cúpula da petroleira sobre uma série de irregularidades nas áreas de abastecimento e na construção da Refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco. Após fazer as denúncias, ela foi transferida para Cingapura. No Brasil, Venina era subordinada ao ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa, um dos principais alvos da Operação Lava Jato. A ex-gerente será ouvida pelo Ministério Público Federal em Curitiba.
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Segundo o Valor, entre outras coisas, Venina alertou a direção da Petrobras sobre o pagamento de R$ 58 milhões para custear serviços de comunicação não prestados; a “escalada de preços” que elevou em mais de US$ 14 bilhões as despesas da Refinaria Abreu e Lima; e o sobrepreço de até 15% nas contratações de fornecedores de óleo combustível no exterior. Em nota divulgada ainda na sexta, a estatal negou conivência com as irregularidades.
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