O jornal O Globo teve acesso ao relatório da PF. Em reportagem publicada neste sábado (30), o veículo informa que os investigadores chegaram à conclusão de que se trata de uma empresa fantasma porque, no papel, a Oli funciona no mesmo endereço da PP & I Participações Patrimoniais – empresa que, segundo a investigação, também é empregada em negociatas de Benedito. Uma visita dos agentes ao local bastou para despertar a suspeita.
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“Conforme item 3.1.1. da Informação 009/2015, embora a recepcionista do local tenha referido o funcionamento da empresa Oli, nos salas 1810 e 1881 (onde deveria funcionar a empresa) não foi encontrada qualquer indicação da existência da mesma”, assinala o procurador Ivan Marx, no termo em que solicita à Justiça Federal autorização para busca e apreensão de documentos em endereços da jornalista.
“[…] pode se concluir que, tanto a empresa PP & I Participações Patrimoniais e Imobiliárias, a empresa Oli Comunição e Imagens também seria uma empresa fantasma possivelmente utilizada para os fins Orcrim (organização criminosa) com a conivência de sua proprietária Caroline de Oliveira Pereira”, arremata o procurador.
A revista Veja também teve acesso ao relatório. Além de mencionar a jornalista, a publicação diz que a relação entre Benedito e Pimentel “vai muito além da amizade”. “[…] os documentos levantam a suspeita de que Bené operava uma espécie de caixa paralelo na campanha de Pimentel ao governo. […] A PF investiga se dinheiro proveniente de contratos públicos foi desviado, como no escândalo do petrolão, para campanhas políticas. Há a suspeita de que as empresas de Bené, que receberam cerca de meio bilhão de reais do governo federal desde 2005, tenham bancado gastos de campanhas eleitorais petistas”, informa Veja.
A operação
Ontem (sexta, 29), nove mandados de busca e apreensão foram cumpridos pela Polícia Federal, tendo como investigados doadores privados de campanhas eleitorais em 2014. As diligências ocorreram no Distrito Federal, Goiás, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, e envolvem 400 policiais.
Ao todo, 30 endereços de pessoas físicas e de 60 empresas estão na mira da investigação. A operação se debruça sobre uma organização criminosa suspeita de praticar crimes como lavagem de dinheiro e tem como principal alvo o próprio Benedito, proprietário de uma gráfica em Brasília. Ele é dono de um avião com o prefixo PEG – o acrônimo a que se refere o nome da operação, por ser as iniciais dos filhos de Benedito.
A aeronave foi apreendida no Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek, em Brasília, durante o pleito de 2014, transportando R$ 116 mil em espécie. Na ocasião, foram detidos Benedito e o ex-assessor do Ministério das Cidades Marcier Trombiere, ambos colaboradores de campanhas do PT, entre elas a do atual governador de Minas Gerais.
Leia mais sobre o assunto nas reportagens do jornal O Globo e da revista Veja