Relatório divulgado nesta segunda-feira (8) pela Organização das Nações Unidas (ONU) afirma que, apesar de representarem mais de 70% do mercado de trabalho no Brasil, mulheres e negros ainda são discriminados profissionalmente.
O estudo, intitulado Emprego, Desenvolvimento Humano e Trabalho Decente – A Experiência Brasileira Recente, foi elaborado por três agências da ONU: Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), Organização Internacional do Trabalho (OIT) e Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal).
Para o diretor do Cepal no Brasil, Renato Baumann, o objetivo do levantamento é demonstrar que apenas a criação de novos postos de trabalho não é suficiente para possibilitar a qualidade do trabalho.
“No início da década de 2000 observamos uma oferta maior de emprego, uma geração maior de trabalho com carteira assinada, além de uma reversão da queda dos rendimentos obtidos com o trabalho. Isso ocorreu em um cenário de crescimento econômico. No entanto, ainda há uma distância significativa em relação à remuneração, considerando os fatores de raça e gênero, e isso não condiz com a condição de trabalho decente”, afirmou Baumann à Agência Brasil.
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Segundo o estudo divulgado hoje, o trabalho decente “permite satisfazer as necessidades pessoais e familiares de alimentação, educação, moradia, saúde e segurança”, destaca a publicação.
“São as mulheres pobres que encontram maiores dificuldades para ingressar no mercado de trabalho, como conseqüência, entre outros fatores, dos obstáculos que enfrentam para compartilhar as responsabilidades domésticas, em particular o cuidado com os filhos”, complementa o estudo.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE), o rendimento médio real das mulheres não-negras em 2006 era de R$ 524,6. Por sua vez, o das negras era de R$ 367,2. (Rodolfo Torres)
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