O deputado Beto Mansur (PRB-SP), vice-líder do governo na Câmara e um dos integrantes da chamada “tropa de choque” de Temer, comemorou a escolha do relator da segunda denúncia contra o presidente Michel Temer na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Segundo ele, o deputado Bonifácio Andrada (PSDB-MG) ajudará a convencer os chamados “cabeças pretas” tucanos, que defendem o rompimento com o Planalto, a votarem contra a denúncia.
“O PSDB é um partido importantíssimo para que a gente possa dar condução nos nossos trabalhos, principalmente no executivo. Um nome como o do Bonifácio pode convencer alguns colegas do PSDB, principalmente alguns cabeças pretas como a gente chama, que são os deputados mais jovens, da nulidade desta denúncia”, afirmou o vice-líder de Temer na Casa.
Leia também
<< Família de relator de nova denúncia contra Temer está há 200 anos no Congresso
Na primeira denúncia, Beto Mansur atuou como o homem da contabilidade, lidava com a contagem de votos e era um dos que centrava esforços para convencer deputados indecisos da base governista a votarem com o governo, bem como pelo menos comparecer à sessão para garantir quórum mínimo para votação. Enquanto o dia da votação não chega, vai começar sua saga outra vez: números, contas, cargos, emendas, reuniões e muito falatório na imprensa.
Bonifácio de Andrada foi anunciado pelo presidente da CCJ, Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), na tarde desta terça-feira (28) como o responsável pelo parecer sobre a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o presidente Michel Temer e seus ministros Eliseu Padilha, Casa Civil, e Moreira Franco, Secretaria-Geral da Presidência.
Por ser suplente, na primeira denúncia contra Temer, por corrupção passiva, Andrada não votou na comissão, mas no plenário proferiu seu voto a favor do governo. “É um parlamentar que está aqui na Casa há muitos anos. […] O governo logicamente que quer alguém que tenha a capacidade técnica para fazer o relatório em cima de uma denúncia que é inócua. Nós precisamos sim de alguém que tenha essa respeitabilidade não só política, dentro do plenário, pela sua história, mas também, fundamentalmente, pela sua capacidade técnica como advogado e conhecedor do direito”, defendeu confiante o parlamentar.
De acordo com Beto Mansur, a defesa do presidente Michel Temer será apresentada até a próxima quarta-feira (4). Ao contrário de sua previsão inicial, que era enterrar a denúncia antes do feriado do dia 12 de outubro, a previsão agora é a de que o plenário da Câmara votará a denúncia logo na primeira semana após o feriado. “As coisas estão muito apertadas para que a gente vote na CCJ e no plenário antes do feriado do dia 12. Pelos cálculos que eu fiz, depois do feriado deveremos votar no plenário que vai decidir se encerra esse assuntou ou se dá continuidade. Mas eu acredito que vamos encerrar [a denúncia]”.
<< CCJ da Câmara decide não fatiar denúncia contra Temer, Padilha e Moreira Franco
<< Deputados priorizam contabilidade de votos e esquecem teor de denúncia contra Temer