Durante o depoimento do ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha (PT-SP) no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Casa, o relator do processo de cassação, Cezar Schirmer (PMDB-RS), questionou as notas fiscais emitidas pelo instituto de pesquisa Datavale. As notas justificariam o pagamento de R$ 50 mil recebidos pelo deputado do PT por meio da conta do empresário Marcos Valério no Banco Rural.
Ao apresentar as notas, Schirmer levantou a suspeita de irregularidades. Ele apontou para o fato das notas terem números seqüenciais, mesmo tendo sido emitidas em um período de quatro meses em 2003: a primeira em 10 de setembro, a segunda em 30 de setembro e a última em 19 de dezembro. “A empresa só realizou o trabalho pedido por João Paulo, ou praticou evasão fiscal, ou fraudou as notas", concluiu. João Paulo não soube responder ao questionamento, dizendo apenas que as pesquisas que ele encomendou à empresa foram feitas e pagas com dinheiro combinado com o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares.
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