O deputado José Carlos Araújo (PR-BA) pediu o arquivamento do processo movido pelo Psol contra o deputado Olavo Calheiros (PMDB-AL). O relator do caso no Conselho de Ética da Câmara concluiu que não há elementos suficientes para a perda do mandato do peemedebista, irmão do presidente licenciado do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).
Olavo é acusado de participar de fraudes em licitações em conjunto com a construtora Gautama e de tráfico de influência em favor da fábrica de cervejas Schincariol. O parecer de Araújo foi contestado pelo representante do Psol no Conselho de Ética, Chico Alencar (RJ), para quem as investigações foram superficiais. "O procedimento merecia uma investigação mais aprofundada, o que não aconteceu", disse.
"Ao cabo de muita análise, o que posso afirmar é o seguinte: se Olavo Calheiros é santo, tenho certeza que não, mas nem por isso ele vai arder na fogueira da injustiça, pois a fumaça da peça inicial não se originou de brasas do comburente com que imaginavam alimentar o fogo de uma inquisição política", disse o relator, ao ler o seu voto pelo arquivamento pela denúncia.
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Em relação à denúncia de que Olavo teria vendido à Schincariol uma fábrica de refrigerantes, no interior de Alagoas, por preço acima de mercado, pouco antes de a cervejaria ser beneficiada com a renegociação de uma dívida com o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), José Carlos Araújo declarou que não encontrou nada que pudesse comprometer o deputado alagoano.
"Nada houve no negócio que possa levantar suspeita de ter sido ele ‘estabelecido para finalidades não-lícitas ou com a prevalência de interesses pessoais, em detrimento dos interesses políticos, como reza a representação. Nenhuma evidência há nos autos da participação do representado no alívio de dívidas fiscais ou tributárias da Schincariol", afirmou o relator.
Quanto aos contatos com a construtora Gautama, o relator concluiu que nada existe que permita inferir a ligação entre Olavo, a empresa e o dono da construtora, Zuleido Veras. De acordo com ele, não há nenhuma gravação eletrônica que aponte isso.
Neste momento, os integrantes do Conselho de Ética discutem o relatório de José Carlos Araújo. (Fábio Góis)