O deputado Marcos Rogério (PDT-RO) pediu nesta quarta-feira (28) a continuidade das investigações da suspeita de envolvimento do deputado Luiz Argôlo (SD-BA) com o doleiro Alberto Youssef, preso na Operação Lata Jato, deflagrada pela Polícia Federal (PF) em março último para desbaratar um esquema de lavagem de dinheiro que teria movimentado R$ 10 bilhões. Rogério é relator de processo contra Argôlo no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara. Ele considerou que a representação formulada pelo Psol contra o parlamentar baiano apresentou elementos suficientes.
No entanto, o Conselho de Ética adiou para a semana que vem a decisão sobre a continuidade ou não das investigações por conta de um pedido de vista do deputado Sérgio Moraes (PTB-RS). No colegiado, Argôlo já responde a um outro processo instaurado a partir de uma representação do PPS. Como já foi analisada pela corregedoria da Câmara, a representação do PPS, com as mesmas acusações, não precisou ser votada pelo conselho.
Presidente do Conselho de Ética, o deputado Ricardo Izar (PSD-SP) já anunciou que, se aprovado relatório preliminar apresentado por Marcos Rogério, os dois processos vão tramitar em conjunto.
No último dia 15, o conselho abriu processo por suposta quebra de decoro contra Luiz Argôlo por suposto envolvimento com o doleiro. De acordo com reportagem do jornal Folha de S. Paulo, Alberto Youssef teria bancado dois caminhões lotados de bezerros para Argôlo, a um custo de R$ 110 mil. Já reportagem da revista Veja revelou troca de mensagens atribuídas ao doleiro e ao parlamentar em que ambos supostamente discutiam sobre pagamentos e saques de dinheiro. Conforme a publicação, após uma dessas conversas, Youssef teria transferido R$ 120 mil para Vanilton Bezerra, chefe de gabinete de Argôlo.
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