Convocado pela CPI dos Cartões Corporativos, o reitor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Ulysses Fagundes Neto, alegou ter compromissos oficiais no exterior para não prestar o depoimento previsto para hoje (13) no Congresso. Em ofício encaminhado à presidente do colegiado, senadora Marisa Serrano (PSDB-MS), Ulysses pediu o adiamento da audiência para daqui a duas semanas.
O reitor é acusado de usar irregularmente o cartão corporativo. Ele é suspeito de gastar R$ 85,5 mil em viagens internacionais apenas no período entre junho de 2006 e dezembro de 2007. Os gastos suspeitos, que estão sendo auditados pela Controladoria Geral da União (CGU), chegam a R$ 12 mil.
Debaixo de vara
O adiamento do depoimento irritou parlamentares da base governista e da oposição. O deputado Carlos Willian (PTC-MG) defendeu o confisco do passaporte do reitor. “Ele tem de vir aqui nem que seja debaixo de vara”, afirmou. “Ele não tem estatura para representar o Brasil lá fora”, acrescentou. "Será que ele está usando cartão corporativo lá fora de novo?", questionou o deputado Índio da Costa (DEM-RJ).
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Já o relator da CPI, deputado Luiz Sérgio (PT-RJ), minimizou a ausência do depoente. “O depoimento do reitor não acrescenta muito”, afirmou Luiz Sérgio. Segundo o petista, caso Ulysses não compareça à comissão, ficará evidenciado que ele não tem explicações plausíveis para os gastos excessivos.
Em nota divulgada no último dia 18, o reitor negou ter agido de má-fé. De acordo com ele, o dinheiro não foi retirado da Unifesp. “São recursos adicionais liberados mediante prévia autorização e posterior comprovação”, alegou.
Em instantes, a CPI deve analisar os requerimentos que convocam André Fernandes, assessor do senador Alvaro Dias (PSDB-PR), e o funcionário da Casa Civil José Aparecido Nunes. De acordo com laudo da PF, José Aparecido enviou, por e-mail, para André dados do dossiê com informações sobre gastos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. (Edson Sardinha)