A Câmara promete começar na próxima semana a votação da reforma política. Na reunião semanal dos líderes partidários de hoje (29), a questão foi discutida. Ontem, em uma sessão especial, os parlamentares começaram a debater alguns pontos da reforma, com a participação de membros da sociedade civil.
Os deputados tendem a usar como texto-base para a reforma política um projeto elaborado na última legislatura, de autoria de Ronaldo Caiado (DEM-GO), que deve apresentá-lo novamente. Dessa maneira, depois de aprovado na Câmara, o texto vai para o Senado e, em caso de alteração, retorna novamente, para que a votação seja concluída pelos deputados.
A partir do texto principal, serão apresentadas emendas com itens como o financiamento público de campanha, voto em lista preordenada, fidelidade partidária, entre outros (Leia mais sobre a reforma política).
“A Câmara finalmente quer votar”, afirmou o primeiro vice-presidente da Casa, Nárcio Rodrigues (PSB-MG). “Não adianta ficar discutindo pontos que não são unanimidade, mas sim aqueles que são possíveis ser votados”.
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Um dos entendimentos dos líderes é que o financiamento público só seja aprovado se também for o voto em lista preordenada, onde o eleitor, nas eleições proporcionais, vota não no candidato, mas no partido, que é quem decidirá os indicados. (Lucas Ferraz)
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Lista de presenteados da Gautama reúne 87 políticos
Segundo o jornalista Kennedy Alencar, do jornal Folha de S. Paulo, a lista de autoridades que teriam recebido presentes da construtora Gautama tem o nome de 38 deputados e ex-deputados, 18 senadores e ex-senadores, três ministros de Estado, cinco ministros do TCU e pelo menos 23 governadores, prefeitos, ex-governadores e ex-prefeitos.
O jornalista explica que os 87 nomes constam de uma relação com 225 pessoas. "Ao todo, a lista enumera 225 pessoas, algumas citadas apenas pelo primeiro nome. Exemplo: os governadores, prefeitos, ex-governadores e ex-prefeitos podem ser 35 ao todo, mas a Folha identificou 23". De acordo com Kennedy Alencar, entre os brindes estariam canetas, gravatas e bebidas.
A Polícia Federal esclarece que a simples menção na lista não significa que o político seja suspeito de envolvimento com o esquema de fraude em obras públicas desmontado pela Operação Navalha. Trata-se apenas de um ponto de partida, que precisaria ser ligado a evidências, provas e depoimentos para ter valor na investigação.
Nomeados
Os três ministros de Estado que estão na lista são Geddel Vieira Lima (Integração Nacional), Alfredo Nascimento (Transportes) e Paulo Bernardo (Planejamento). Jaques Wagner aparece contabilizado como ministro de Estado. Ele chefiou a pasta das Relações Institucionais, mas é hoje governador da Bahia. O ex-ministro Silas Rondeau, que deixou o cargo na semana passada após suspeita de recebimento de propina da Gautama, também consta da relação.
Há, ainda, menção a um ministro da Saúde, mas sem referência expressa a quem seja ou ao presente recebido. A PF avalia que a lista apreendida se refere ao final de 2006.
Entre os parlamentares e ex-parlamentares, a composição partidária da listagem é variada e inclui tanto siglas governistas quanto de oposição. Há 17 filiados ao PMDB, 11 ao DEM, seis ao PSDB, cinco ao PSB, quatro ao PP, quatro ao PT, três ao PR, três ao PTB, um ao PL, um ao PDT e um ao PPS. (Carol Ferrare)
Veja abaixo a lista publicada pela Folha:
Deputados e ex-deputados
ACM Neto (DEM-BA)
Albano Franco (PSDB-SE)
Almerinda Carvalho (ex-deputada pelo PSB-RJ)
Átila Lins (PSB-PI)
Carlos Wilson (PT-PE)
Celcita Pinheiro (ex-deputada do DEM-MT)
Benedito de Lyra (PP-AL)
Eduardo Campos (PSB-CE)
Eduardo Cunha (PMDB-RJ)
Gastão Vieira (PMDB-MA)
Gervásio Oliveira (ex-deputado pelo PMDB-AP)
Humberto Michiles (ex-deputado pelo PL-AM)
Iberê Ferreira (ex-deputado federal pelo PSB-RN)
Ivan Paixão (ex-deputado federal do PPS-SE)
João Leão (PP-BA)
Jonival Lucas Jr. (ex-deputado pelo PTB-BA)
Jorge Bittar (PT-RJ)
José Borba (PMDB-PR)
José Carlos Aleluia (DEM-BA)
José Carlos Machado (DEM-SE)
José Chaves (PTB-PE)
Jutahy Jr. (PSDB-BA)
Luiz Piauhylino (ex-deputado pelo PDT de Pernambuco)
Márcio Reinaldo (PP-MG)
Marinha Raupp (PMDB-RO)
Maurício Quintela (PR-AL)
Milton Monte (PR-SP)
Olavo Calheiros (PMDB-AL)
Osvaldo Reis (PMDB-TO)
Paulo Lima (ex-deputado pelo PMDB-SP)
Paulo Magalhães (DEM-BA)
Pedro Novaes (PMDB-MA)
Pedro Passos (deputado distrital do PMDB)
Professor Luizinho (PT-SP)
Ricardo Barros (PP-PR)
Vicentinho (PT-SP)
Welington Roberto (PR-PB)
Wilson Santiago (PMDB-PB)
Senadores e ex-senadores
Almeida Lima (PMDB-SE)
Antonio Carlos Magalhães (DEM-BA)
Antonio Carlos Valadares (PSB-SE)
Fernando Bezerra (ex-senador pelo PTB-RN)
Fernando Flexa Ribeiro (PSDB-PA)
João Ribeiro (DEM-TO)
João Tenório (PSDB-AL)
Jonas Pinheiro (DEM-MT)
José Agripino (DEM-RN)
José Jorge (DEM-PE)
Renan Calheiros (PMDB-AL)
Romero Jucá (PMDB-RR)
Romeu Tuma (DEM-SP)
Roseana Sarney (PMDB-MA)
José Sarney (PMDB-AP)
Sérgio Guerra (PSDB-PE)
Teotônio Vilela (PSDB-AL)
Waldir Raupp (PMDB-RO)
Ministros de Estado
Alfredo Nascimento (Transportes)
Geddel Vieira Lima (Integração Nacional)
Paulo Bernardo (Planejamento)
Ex-ministro
Silas Rondeau, ex-ministro das Minas e Energia
Ministros do TCU
Augusto Nardes
Aroldo Cedraz
Benjamin Zinler
Guilherme Palmeira
Walton Alencar Rodrigues (presidente da entidade)
Governadores, ex-governadores, prefeitos e ex-prefeitos
Agripino Lima, prefeito de Presidente Prudente
Alcides Rodrigues (PP), governador do Goiás
Amazonino Mendes (DEM), ex-governador do Amazonas
André Puccinelli (PMDB), governador do Mato Grosso do Sul
Antonio Imbassahy (PSDB), ex-prefeito de Salvador
Eduardo Braga (PMDB), governador do Amazonas
Eraldo Tinoco (DEM), ex-vice-governador da Bahia
Iris Rezende (PMDB), ex-governador de Goiás e prefeito de Goiânia
Jackson Lago (PDT), governador do Maranhão
Jaques Wagner, ex-ministro das Relações Institucionais e hoje governador da Bahia
Jarbas Vasconcelos (PMDB), ex-governador de Pernambuco e atual senador
João Alves (DEM), ex-governado
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