Após uma década em queda, a pobreza voltou a crescer no Brasil devido à grave recessão entre 2014 e 2016. Segundo levantamento do Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade (Iets), mais de 9 milhões de brasileiros caíram, em 2015, para abaixo da linha de pobreza (US$ 5,50 per capita por dia ou R$ 387,07 mensais), em decorrência da deterioração do emprego e da renda.
Desse total, 5,4 milhões se enquadram no critério do Banco Mundial para extrema pobreza. Vivem com menos de US$ 1,90 por dia ou R$ 133,72 por mês. As informações, publicadas pelo Valor Econômico, são baseadas na Síntese de Indicadores Sociais, documento elaborado pelo IBGE a partir da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad).
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Na última sexta, o IBGE revelou que 52,2 milhões de pessoas viviam abaixo da linha da pobreza em 2016, o equivalente a 25,4% da população. Na pobreza extrema, estão 13,35 milhões de brasileiros (6,5% da população). Com os cortes, o Iets criou uma série histórica para comparar com outros períodos.
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De acordo com o pesquisador do instituto Samuel Franco, o país tirou quase 40 milhões de pessoas da pobreza de 2004 a 2014. “O retrocesso ocorre de 2014 para 2015. É quandro a crise [brasileira] começa a afetar a renda, provocar desemprego e gerar informalidade. Os empregos perdidos na construção civil, por exemplo, afetaram muitos trabalhadores”, disse o pesquisador ao Valor Econômico.
O economista Francisco Ferreira, do Banco Mundial, concluiu que a parcela da população em extrema pobreza cresceu de 4,1% para 6,5% em 2016. Segundo o diretor-geral da FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação), José Graziano, mais de sete milhões de brasileiros, mesmo vivendo em extrema pobreza, não recebem qualquer assistência social.
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